O cuidado com a visão infantil na escola

Uma coisa é certa: toda criança fica doente com mais frequência ao entrar na creche ou escola. Doenças infecciosas e que prejudicam a visão infantil geralmente são as mais comuns da lista, certo? Normal! Com várias crianças juntas e brincando no mesmo ambiente é comum se contaminar já que nessa fase o sistema imunológico ainda é um pouco prematuro.   

Porém, mudanças de hábitos nas escolas, exames, teste de visão infantil e algumas orientações aos pais e alunos são essenciais para diminuir esse índice e principalmente preservar a saúde e visão. Confira algumas dicas:  

Lavar as mãos: o básico necessário para os pequenos

Parece simples, mas muitas vezes é esquecido pelos pais e educadores quando o assunto é saúde infantil. Lavar as mãos é um hábito de higiene simples que está relacionado com a prevenção de várias doenças, principalmente doenças comuns que prejudicam a visão infantil por um certo período, como conjuntivite e terçol.  

Isso ocorre porque os pequenos ainda não desenvolveram todo o seu canal lacrimal, ou seja, ele é mais estreito que o de adultos, o que propicia o desenvolvimento de inflamações e infecções na região. Desta forma, é necessário redobrar os cuidados com as crianças e incentivar a higiene das mãos diversas vezes ao dia e não deixar a criança compartilhar toalhas higiênicas ou outros objetos pessoais no ambiente escolar

Nada de coçar os olhos!

Também é papel fundamental dos educadores ensinar às crianças sobre a importância de não levar as mãos aos olhos. As mãos podem estar repletas de organismos patogênicos, o contato com os olhos, pode ajudar a transmitir doenças. É por isso que se deve lavar as mãos sempre que pegarem em objetos que podem estar sujos, como brinquedos usados por outros colegas.

Além disso, coçar e esfregar os olhos também prejudica (e muito!) a visão infantil. O hábito contribui para um afinamento e abaulamento da córnea. Ou seja, a córnea fica menos resistente em uma determinada área e perde a sua forma regular, assumindo uma forma de cone, resultado do Ceratocone trazendo sérias consequências e problemas de visão com o passar dos anos. Realizar o teste de miopia e teste de visão infantil todos os anos no oftalmologista é uma ótima forma de prevenção para que doenças mais graves não apareçam. 

Fique atento!

Os educadores também devem observar se a criança está muito dispersa ou se ela se aproxima muito dos livros, lousa ou caderno para enxergar melhor. Essas atitudes podem indicar algum problema de visão, como a miopia infantil. Avisar os pais sobre o comportamento do pequeno e até mesmo orientar sobre a importância de ir ao oftalmopediatra para realizar um teste de visão infantil e teste de miopia é essencial para evitar que o problema se agrave ou prejudique a qualidade de vida do aluno. 

Incentive as pausas

Com o ano letivo em andamento, as crianças passam muito tempo com os olhos fixos em livros, cadernos, tablets e telas de computador. Com o tempo, isso pode causar fadiga ocular, dores de cabeça, visão turva ou mesmo miopia. Por isso, é preciso ensinar as crianças a fazerem uma pausa de 10 a 15 minutos a cada hora de leitura para evitar problemas na visão. 

Todo cuidado é pouco

Mesmo que o aluno não apresente nenhum sintoma ou problema de visão, alertar os pais sobre a importância das consultas regulares ao oftalmologista, teste de miopia, teste de visão infantil e outros exames são imprescindíveis para se certificar de que a criança esteja se desenvolvendo de forma segura e evitar que possíveis doenças se agravam ou passem despercebidas, prejudicando assim, a qualidade de vida e bem-estar dos pequenos no longo prazo.

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Retinoblastoma: saiba qual o potencial de cura da doença

Não é a primeira vez que falamos sobre o Retinoblastoma aqui no blog e provavelmente não será a última. Afinal, não há limites para a informação, não é mesmo? Principalmente quando isso pode ser fundamental para salvar vidas.

Esse é o caso do Retinoblastoma, tipo mais comum de câncer ocular em crianças e que se origina na retina (falamos mais sobre a doença e seus tipos aqui). Ele tem como sintomas mais frequentes o reflexo pupilar branco e o estrabismo, e uma de suas principais características é que, se detectado precocemente, tem altas chances de cura. Vamos saber mais!

O retinoblastoma tem cura

Apesar de raro, é o tumor ocular mais comum na infância, com cerca de 400 novos casos no Brasil anualmente, sendo 90% em crianças de até quatro anos. E o número de diagnósticos realizados no Brasil em estágio avançado é elevado, infelizmente, representando cerca de 50% dos casos.

Essa descoberta tardia reduz as chances de sucesso do tratamento, com danos à visão dos pequenos e até mesmo com risco à sobrevivência. Mas, se diagnosticado precocemente, a cura acontece em 90% dos casos, de acordo com a TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).

Por isso, insistimos tanto em informar sobre a importância da atenção à visão das crianças!

Atenção à visão infantil

Desde o nascimento, o acompanhamento oftalmológico é fundamental para observar o desenvolvimento da visão. Consultas precisam ser feitas regularmente com um médico especialista e existem exames que devem ser realizados idealmente até os três meses de vida. Infelizmente, nem todos são obrigatórios e acabam ficando de lado. Para descobrir quais são eles e assim solicitar que sejam feitos em seus pequenos, preparamos um checklist.

Baixe aqui o checklist com exames que todo recém-nascido deve fazer.

Em casa, também é possível se atentar a sinais de alerta. Confira abaixo alguns sintomas do retinoblastoma:

· Leucocoria, que é um reflexo pupilar branco que pode ser observado em fotos tiradas com flash (identificado também em exames de rotina, como o teste do olhinho)

· Estrabismo

· Queixa de dor nos olhos

· Vermelhidão da parte branca do olho

· Sangramento na parte inferior do olho

· Abaulamento dos olhos

· A pupila não se contrai quando exposta à luz

· Cor diferente de cada íris

O tratamento do Retinoblastoma

Cada caso tem suas particularidades conforme as características e estágio da doença. De modo geral, os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais que viabilizam que a criança continue a enxergar normalmente. Na fase inicial do retinoblastoma, o tratamento costuma ser feito com protocolos semelhantes ao laser e à radioterapia, sem cirurgia.

Para os diagnósticos mais avançados, há possibilidades como a cirurgia de enucleação (técnica cirúrgica para remoção de massa sem dissecação do globo ocular), tratamentos locais (como laserterapia e crioterapia) combinados com quimioterapia, quimioterapias intravítrea e intra-arterial, quimioterapia intravenosa, radioterapia e transplante autólogo de medula óssea.

Infelizmente, não há como prevenir a doença. Porém, é possível atenção para diagnosticá-la brevemente, o que se dá por meio da observação da presença de sintomas do retinoblastoma e acompanhamento médico, como mencionado anteriormente.

As Sociedades Nacionais e Internacionais de Oftalmologia recomendam que a primeira consulta aconteça entre os seis e doze meses de vida. No primeiro exame, a dilatação pupilar é fundamental para o diagnóstico precoce de retinoblastoma. E o teste do olhinho deve fazer parte da rotina médica até os cinco anos de idade.

Fique de olho e lembre-se: o retinoblastoma tem cura!

Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer

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Problemas de visão podem dificultar socialização infantil. O que fazer?

Não há dúvidas de que todos os sentidos sejam importantes para um ser humano. Mas, quando o assunto é relacionado às crianças é preciso um olhar bastante atento à visão. Esse sentido é um dos mais essenciais para o desenvolvimento dos pequenos por desempenhar um papel fundamental na aprendizagem, exploração do mundo e na socialização.  

Além dos sintomas mais populares, como dores de cabeça, dificuldade de aprendizagem, coceira nos olhos e lacrimejamento, as questões não tratadas ou mal resolvidas de visão podem gerar danos emocionais para as crianças, especialmente na primeira infância. Esse é um ponto pouco conhecido ou lembrado, mas que precisa ser destacado, uma vez que não enxergar bem pode afetar o comportamento, gerando um grande desafio para a socialização infantil. 

Por isso, toda atenção à visão infantil é fundamental. O teste do olhinho, as consultas e os exames de rotina são de suma importância para identificar problemas e doenças como a miopia infantil e o retinoblastoma 

Comportamento infantil e sinais de alerta 

É natural que algumas crianças sejam introvertidas e tímidas, afinal são traços de personalidade que variam de pessoa para pessoa. Porém, é importante que pais e responsáveis fiquem atentos a mudanças significativas no comportamento infantil, pois podem indicar questões relevantes a serem tratadas. 

O alerta surge quando há grande variação. Ou seja, uma criança normalmente alegre passa a ficar mais quieta e triste, sem motivo aparente. Ou quando um pequeno antes focado e calmo começa a demonstrar impaciência, irritação e ansiedade. Nesses casos, é preciso buscar a orientação de um profissional de saúde.  

Assim, depois de uma investigação médica e caso as mudanças de comportamento não estejam associadas a algum transtorno psicológico evidente, é recomendado marcar uma consulta oftalmológica. Problemas de visão podem estar afetando a criança e seu bem-estar de forma sutil, sem que ela mesma identifique ou consiga comunicar isso. 

Acompanhamento constante é fundamental 

É importante salientar que, mesmo que seu pequeno não apresente sinais ou sintomas de problemas de visão, é indispensável que crianças sejam examinadas por um oftalmologista no primeiro ano de vida, entre seis e doze meses, e depois entre três e cinco anos de idade. Essa orientação faz parte das diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP).  

O desenvolvimento da visão da criança acontece até os sete anos, por isso é desejável que o diagnóstico e o tratamento de doenças oculares que comprometam isso sejam realizados prematuramente. Nesse contexto, o teste do olhinho é um dos recursos usados pelos oftalmologistas para avaliar a visão e detectar doenças como o retinoblastoma. Exija que seus filhos ou crianças pelas quais é responsável passem por ele. 

O teste do olhinho realizado com a tecnologia RetCam, por exemplo, pode identificar um elevado número de enfermidades nos recém-nascidos, como retinopatia da prematuridade, retinoblastoma, hemorragia de retina, zika congênita, córnea opaca e catarata congênita. Isso é possível graças à sua inovação e imagens precisas, que permitem uma visualização detalhada das estruturas do fundo do olho. 

Uma visão nítida e saudável é fundamental para que possam explorar o mundo, interagir com os outros e se desenvolver plenamente. Cuidar da saúde ocular das crianças desde cedo é um investimento no seu bem-estar e sucesso futuro. Lembre-se sempre de que a visão é mais do que apenas enxergar, é a chave para a descoberta e a conexão com o mundo ao redor. 

Cuide da visão de seus pequenos! 

 

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Meu filho foi diagnosticado com catarata. E agora?

A maioria das pessoas acredita ser a catarata uma doença tipicamente de idosos. Contudo, a catarata infantil é real e uma das maiores causadoras de cegueira em crianças evitável

Quando pensamos na saúde dos nossos bebês, é normal nos preocuparmos um pouco mais com doenças que sabemos serem detectáveis por exames logo que o bebê nasce. Entretanto, nem sempre é possível realizar o teste do olhinho. Seja por falta de informação ou de estrutura disponível. Este teste, que já é obrigatório no Brasil há alguns anos, tem a mesma função de outro exame amplamente conhecido: o teste do pezinho. Ambos os testes têm como objetivo diagnosticar doenças no recém-nascido, sejam elas presentes ou mesmo condições congênitas que nem sequer se manifestaram ainda. 

A boa notícia é que a catarata infantil, também conhecida como catarata congênita, é totalmente tratável. Por congênita deve-se entender como algo transmitido pelos genes da família ao bebê já no nascimento. Por isso mesmo, ela é perfeitamente detectável com o teste do olhinho ou o teste digital do olhinho – este último com uma capacidade de diagnóstico até 10 vezes maior. 

Sem o tratamento, a criança poderá desenvolver a síndrome do “olho preguiçoso”, ambliopia, nistagmo e até levar a perda da visão. 

Mas, antes de falarmos no tratamento, vamos conhecer melhor o que é a doença.

Causas da catarata infantil, sintomas e características

As causas podem variar entre a própria hereditariedade (os pais têm) ou mesmo doenças do organismo que passam de geração em geração, como rubéola e toxoplasmose.

Assim como a catarata comum de idosos, que causa mais de 50% dos casos de cegueira no mundo, segundo a OMS, a catarata infantil ou congênita é uma doença que afeta o cristalino do olho, nossa lente natural, causando sua opacificação.

Os sintomas já podem aparecer logo na primeira semana de vida do bebê. O principal deles é a pupila esbranquiçada (o que indica opacificação). Podem surgir como pontos azuis nos olhos e costumam ser bastante distinguíveis.

A catarata costuma acometer ambos os olhos, embora possa acontecer de ocorrerem um só.

Existem vários tipos de catarata congênita, nem todos exigem intervenção cirúrgica.

Os tipos de catarata congênita são:

– Catarata polar interior: Catarata na parte frontal dos olhos;

– Catarata nuclear: Catarata na parte frontal dos olhos;

– Catarata polar posterior: Na parte posterior do cristalino;

– Catarata cerúlea: Nos dois olhos da criança;

Tratamento e cirurgia de catarata infantil

Diferente da catarata em adultos, que é uma doença muito comum, cujo tratamento se encontra bastante difundido, a infantil requer um cuidado especializado. O primeiro passo em caso de dúvida, é a consulta com o oftalmologista e a realização do teste do olhinho. Quanto mais precoce, mais eficaz o tratamento. Portanto procure o médico logo nos primeiros meses de vida do bebê e opte pelo teste digital do olhinho, se puder.

Tendo diagnóstico positivo, o primeiro passo é buscar um médico oftalmologista especialista no assunto. Isso é fundamental porque nesta fase o globo ocular está crescendo, ou seja, o foco ainda está se definindo e pode existir ainda outras condições e erros refrativos a se corrigirem, para cada situação haverá necessidade de um tipo de tratamento. 

Na maioria dos casos será necessária a remoção do cristalino. O procedimento é simples e feito com uma anestesia local. A recuperação é rápida e com base em uso de colírios para evitar infecções. Os equipamentos empregados são de alta-tecnologia, o que torna o procedimento pouco invasivo. Costuma-se dar um intervalo de 1 mês entre a operação de cada olho.

Uma vez realizada a cirurgia, a visão do bebê é recuperada, porém ainda assim é indicado que a criança mantenha um acompanhamento médico para garantir um desenvolvimento saudável da visão. Recomenda-se que os pais se informem sobre o teste do olhinho antes do nascimento da criança.

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