Por que fumantes têm mais chances de desenvolverem doenças oculares?

Não é de hoje que os malefícios do hábito de fumar são conhecidos e divulgados por entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), não é mesmo? Podemos até arriscar e afirmar que a maioria da população sabe que é algo prejudicial à saúde, incluindo quem faz uso do cigarro. De acordo com instituição, o tabagismo é a maior causa evitável de mortes em todo o mundo. Todo o funcionamento do nosso sistema é afetado pelas toxinas do tabaco presente no cigarro. 

O que talvez muitas pessoas ainda não saibam é que o vício pode também prejudicar os olhos, uma das áreas mais sensíveis do nosso corpo, causando pressão alta dos olhos e até glaucoma. Você sabia? 

Consequências do cigarro 

A fumaça liberada pelo cigarro vai em direção aos olhos, comprometendo a transparência do cristalino, que funciona como uma espécie de lente. Com o passar do tempo, pode favorecer ou acelerar o processo de opacificação dessa estrutura ocular. Esse dano na estrutura ocular traz consequências e elas podem afetar inclusive quem já parou de fumar mesmo depois de 15 a 20 anos. 

A Catarata é uma delas. Apesar de ser uma doença relativamente “comum”, tem três vezes mais chances de se desenvolver em pessoas que fumam. O Glaucoma, uma das maiores causas de cegueira no mundo, é outra doença que pode ser potencializada pelo tabaco, pois o fumo contribui para a obstrução de veias e vasos sanguíneos em geral, o que colabora para o aumento da pressão intraocular (pressão alta dos olhos). Além disso, trata-se de um hábito que pode tornar as paredes das veias mais rígidas, dificultando a circulação. 

Fumar também está relacionado ao risco de aumento de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), que causa visão embaçada, distorção e pode chegar à perda de visão. 

Para as pessoas com sintomas de olho seco, o hábito é agravante. A fumaça do cigarro os piora e o tabaco, por sua vez, afeta a circulação sanguínea, diminui a quantidade de antioxidantes no sangue e prejudica a visão.  

A ciência segue estudando os efeitos do tabaco no corpo humano e as descobertas não param por aí! Um estudo da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, e da Universidade Federal da Paraíba revelou que quem fuma pelo menos 20 cigarros por dia teria sua visão prejudicada no que diz respeito à capacidade de distinguir cores e contrastes dos objetos, diminuindo-a.  

Atenção redobrada 

Cuidar da visão é algo importante para todos. Mas, por tudo isso citado aqui, quem mantém o hábito do uso de cigarros deve estar ainda mais atento à saúde dos olhos. Manter uma rotina de visitas ao oftalmologista é fundamental. 

Quer viver sem o cigarro?  

A melhor dica é não começar, pois deixar o vício é um processo difícil. Segundo a Secretaria do Estado da Saúde de SP, Incor e Inca, 95% dos fumantes precisam de ajuda para deixar o vício. Se esse é seu caso, um dos caminhos é o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), da Secretaria da Saúde. 

Evite fumar e cuide-se! 

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Ceratocone tem cura?

Um diagnóstico de ceratocone após uma visita ao oftalmologista pode ser assustador num primeiro momento. Ainda mais quando nos deparamos que, além de ser uma doença progressiva, ou seja, que aumenta ou se agrava com o tempo, ela não tem cura. Mas, não se assuste, pois graças aos avanços tecnológicos, assim como existe tratamento para diversos graus de miopia, com novos e diversos tipos de lente para correção da visão, o ceratocone é igualmente tratável. Mas, antes, vamos conhecer melhor o que é a doença.

Ceratocone: Formato cônico da córnea

A doença leva esse nome pois sua ocorrência faz com que a córnea, distorcida, adquira um formato de cone, ou seja, com uma “ponta” mais protuberante, ao contrário do formato arredondado normal. Isso gera distorção na imagem formada, em função do erro de refração no interior do olho. Se você está pensando que isso pode ter a ver com astigmatismo, pensou certo. O ceratocone pode ser diagnosticado como astigmatismo irregular, já que não gera um padrão de erro de refração, enquanto no astigmatismo regular, a córnea continua arredondada, porém com um grau de curvatura alterado.

A doença também pode estar associada a elevados graus de miopia

Doença relativamente rara

Estima-se que uma em cada 20 mil pessoas no Brasil, sejam atingidas pela condição. Normalmente, o problema surge na adolescência e progride com a idade.

Dentre os sintomas, podem surgir fotofobia e dor de cabeça. Desconfie se você consegue ler as letras no oftalmologista, porém não consegue uma precisão na visão. Geralmente, se acomete ambos os olhos. 

Os exames que detectam ceratocone podem ser topografia da córne

a (estudo da superfície), tomografia de córnea (estudo 3D), acuidade visual e refração (avaliação da óptica ocular).

Tratamentos eficazes

Embora não haja cura, como mencionado, os tratamentos existem e são muito eficazes. De forma geral, as opções dadas para tratamento pelo médico responsável variam de acordo com o grau e intensidade da doença. Que vai desde os simples óculos, lentes de contato (os tipos de lente para correção da vis

ão variam) e cirurgias. 

Dentre as cirurgias, temos as opções mais eficazes, seja para impedir a progressão –  aliada ao uso de óculos, promover uma quase impercepção da doença — ou mesmo para uma correção completa do erro de refração causado pelo ceratocone.

Os procedimentos vão desde o Implante de Segmento(s) de Anel intracorneano, Crosslinking, Implante de Lente Intraocular e Transplante de Córnea.

ICL: Última tecnologia em lentes implantáveis

As lentes ICL trabalham com uma tecnologia exclusiva, implantada por um procedimento não-invasivo, que não remove o cristalino do olho, além de ser feita de material biocompatível, sendo totalmente livre de rejeição. 

O implante só pode ser indicado por um médico certificado. A cirurgia corrige a visão de portadores de ceratocone entre 21 e 45 anos, com até 18 graus de miopia. A lente ICL pode ser removida a qualquer momento, mas também fica por tempo indeterminado implantada. Pode, inclusive, 

ser implantada em quem sofre de olho seco.

Mantenha suas consultas em dia e diagnostique precocemente. 

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Luz azul: os cuidados que você precisa ter com seus olhos

Já é de conhecimento geral que a luz artificial proveniente de telas pode causar danos à visão. Pouco se sabe, porém, como exatamente esses danos são causados, por que a miopia aumenta em casos de contato excessivo com telas, e quais cuidados devem ser tomados para evitar estes males à visão.

No mundo de hoje, onde praticamente todo mundo passa uma quantidade de tempo considerável olhando para telas de celulares, além dos que trabalham na frente de computadores. Este tipo de cuidado passou a ser de interesse geral, não só daqueles que possuem graus de miopia. Explicaremos aqui por que a miopia aumenta quando há contato excessivo com telas, e também quais cuidados todo mundo pode e deve tomar com este tipo de luz para evitar danos à visão.

Por que a miopia aumenta com muita exposição à luz azul?

Define-se como “luz azul” toda luz artificial emitida por LEDs, como em telas de celulares e outros dispositivos eletrônicos. A exposição prolongada a este tipo de luz está associada a diversos problemas de visão, incluindo o aumento de graus de miopia.

O nome “luz azul” se deve ao fato de que telas eletrônicas emitem uma radiação na frequência da cor azul. Esta radiação interfere diretamente com a produção de melatonina, um hormônio que, entre outras funções, controla o alongamento do glóbulo ocular – um dos fatores que causam o aumento da miopia.

Além de ser um dos fatores que explica por que a miopia aumenta, a luz azul também pode trazer outros problemas para a saúde dos olhos.

Outros males da luz azul para a visão

Os danos causados à visão por telas são tão comuns que já têm até uma designação própria como doença visual: a Síndrome Visual do Computador (SVC). Mas como estes danos são causados?

Estudos clínicos descobriram que quando estamos olhando para telas, nós piscamos menos vezes do que o normal. O ato de piscar pode parecer algo mundano, mas na verdade é uma espécie de mecanismo de manutenção natural do nosso corpo. Cada vez que nós piscamos, nós estamos lubrificando os nossos olhos. Sendo assim, quando o ritmo de piscadas natural diminui, nosso olho pode ficar ressecado, o que causa irritação e desconforto nos olhos.

Excesso de radiação de luz na frequência azul também pode causar lesões no olho humano, com inflamações dolorosas da conjuntiva da córnea. A longo prazo, também pode vir a causar lesões no cristalino do olho (fato que pode evoluir para um quadro de catarata).

A luz azul também é prejudicial à retina, podendo causar a degeneração macular – quadro que é caracterizado pela formação no depósitos amarelos sob a mácula (centro da retina), normalmente observado em pessoas de idade mais avançada e que causa visão turva.

Cuidados com telas e luz azul

Com toda essa informação, pode parecer que a luz azul é algum super vilão da visão, mas a verdade é que com alguns cuidados já é possível mitigar os danos.

– Existe um exercício simples para impedir que telas aumentem o grau de miopia. A cada 20 minutos de exposição a telas ou outras fontes de luz azul, passe 20 segundos com o olhar fixo em algum objeto há mais ou menos 6 metros de distância. Isso faz com que o nosso olho readapte para olhar à distância.

– Para os míopes, também é importante evitar telas perto do horário que você costuma dormir. Isso porque conforme o dia avança e chega mais perto da hora de dormir, o nosso cérebro começa a produzir melatonina, que, como visto acima, é um dos hormônios que regulam o alongamento ocular.

– Não mantenha dispositivos como celulares e tablets muito próximos do seu rosto quando os estiver usando. Uma distância de pelo menos 70 cm entre a tela e os seus olhos é recomendada.

– Lembre-se de piscar mais quando estiver em frente a telas, para manter seus olhos lubrificados.

– Quando for fazer o uso de telas, procure fazê-lo em ambientes bem iluminados.

– Considere investir em óculos com lentes que filtram luz azul.

Possuo implante de lentes intraoculares, devo tomar cuidados extras com a luz azul?

Para quem fez implantes de lentes intraoculares, os cuidados devem ser os mesmos, a não ser que algo a mais tenha sido especificado pelo seu médico. Porém é bom prestar atenção redobrada em alguns pontos, especialmente quem fez os implantes para corrigir a miopia.

O alongamento do glóbulo ocular causado por deficiência de melatonina, por exemplo, é um problema que ocorre mesmo com os implantes, e pode fazer com que estes percam a eficácia com o tempo. Isso responde por que a miopia aumenta mesmo com implantes em alguns casos.

A hidratação do olho também é especialmente importante para pacientes com implantes de lentes intraoculares. Além de evitar irritações, ajuda a prevenir o desenvolvimento da síndrome do olho seco, que pode ser comum em pessoas que fizeram os implantes para tratar a miopia.

Caso ainda tenha dúvidas, lembre-se de sempre entrar em contato com o seu médico oftalmologista. Um profissional qualificado é sempre a melhor pessoa para orientar e tirar suas dúvidas clínicas.

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Mitos sobre a Miopia

A miopia é um dos problemas refrativos mais comuns e que mais cresce no mundo. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que entre 2020 e 2050 a miopia cresça 89% no Brasil e 49% no restante do mundo. Atualmente, ainda segundo dados da OMS, pelo menos 6 milhões de pessoas são o que se chama de alto míope, com mais de 6 graus. Apesar de comum, a alta miopia é a terceira causa de cegueira no mundo.

Essa alteração refracional que prejudica a visão de longe era vista até pouco tempo como um problema de causa exclusivamente hereditária, mas hoje a comunidade científica já pode afirmar que o nosso estilo de vida também contribui (e muito!) para espalhar esse mal. Quando não diagnosticada precocemente e tratada, a miopia pode causar danos diretos à retina, aumentar o risco de catarata e glaucoma – e, em casos extremos, levar à cegueira.

Apesar de ser uma doença comum hoje em dia e que afeta diversas pessoas, ainda existem mitos que insistem em ficar no imaginário popular. A seguir, vamos desvendar alguns deles! 

 

1- Não usar óculos piora a miopia

MITO. Não usar óculos de grau não piora a miopia, mas piora a qualidade de vida da pessoa, já que a função do óculos é somente para corrigir a dificuldade que o míope/ alto míope tem para enxergar os objetos de longe e não para tratar o problema. O grau pode aumentar independentemente do uso ou não dos óculos, pois não são eles os responsáveis pela mudança da refração ocular. 

2- Existem exercícios para reduzir a miopia

MITO. Não existem nem exercícios, nem óculos. A miopia é um erro de visão ocasionado pelo tamanho do globo ocular, que, por ser maior, forma a imagem antes da retina e o principal sintoma é a dificuldade de enxergar de longe. Logo, não existe exercício para diminuir o tamanho do globo ocular.

3- Cirurgia de correção da miopia com lentes é para todo tipo de paciente

MITO. Assim como qualquer outra cirurgia, há uma série de pré-requisitos para que pacientes possam corrigir sua visão utilizando a lente intraocular ICL. Sua indicação é para pessoas entre a faixa etária de 21 a 60 anos e, por ser uma lente fácica, ela deve ser usada apenas por pacientes que possuem cristalino. A aplicação dessa lente também pode corrigir a visão de pacientes alto míope.

4- Olhos claros podem ter mais problemas de visão do que os escuros

MITO. Pessoas com olhos claros e escuros devem ter basicamente os mesmos cuidados quando o assunto é a saúde ocular e ambas estão sujeitas aos mesmos problemas.  A única diferença, é que olhos claros têm menos pigmentação em uma camada da íris do que os escuros, podendo ser um pouco mais sensíveis a uma maior intensidade de luz, mas isso não é doença. 

5- Mesmo depois da cirurgia de correção com lentes a miopia acaba voltando!

MITO. A cirurgia para corrigir miopia com o implante de lente intraocular (procedimento com excelentes resultados refrativos e menos invasivo) é extremamente eficaz, porém só é indicada para pacientes que já têm o grau de miopia estabilizado. Isso porque a correção da miopia com lente intraocular ICL é recomendada para corrigir o grau que você tem hoje, ou seja, ela e nenhuma outra cirurgia com a finalidade de correção refrativa, é a cura definitiva para o seu problema visual.

6- O uso de lente de contato ou de óculos estabiliza o grau?

MITO. A correção do grau com óculos ou lentes de contato não estabiliza o grau, que pode alterar até os 25 anos ou mais, independente do uso de óculos. Eles só ajudam a enxergar, mas não tratam e nem curam o problema. O que melhora o problema após o grau estar estabilizado por pelo menos um ano, é a cirurgia de correção da miopia com lente intraocular

7 – Colírios podem ser usados sem receita médica?

MITO. Colírios são medicamentos e só devem ser usados com prescrição. Essa regrinha vale, inclusive, para os que aparentemente são inofensivos, indicados para lubrificar os olhos. O uso indiscriminado de colírios pode causar sérios danos à sua saúde ocular.

É possível evitar a progressão do Ceratocone?

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