Já ouviu falar de nistagmo? Saiba como afeta a visão infantil

O nistagmo é ​um tremor incontrolável dos movimentos oculares, que pode acontecer de diferentes formas: horizontal (com movimentos de um lado para o outro), vertical (oscilações de cima para baixo) e rotatório (movimentos circulares). 

É algo raro, com incidência de 0,17% nos menores de 18 anos e de 0,27% nos adultos. Na população em geral é de 0,14%. 

Apesar de incomum, tal condição gera bastante desconforto por impedir o controle dos movimentos dos olhos. Isso pode diminuir a autoestima, afetar os relacionamentos sociais e causar sentimentos negativos, principalmente quando se trata da visão infantil 

Por isso, é fundamental falarmos sobre o assunto para que a doença se torne conhecida e o diagnóstico seja melhorado, bem como o suporte aos pacientes e seus familiares.   

Causas do nistagmo 

Há dois tipos de nistagmo: o congênito e o adquirido. O congênito é mais comum em bebês a partir das seis semanas de idade, podendo se manifestar até os seis meses. Já o adquirido surge a partir dos seis meses, em qualquer momento, inclusive nos adultos. 

As causas da doença estão relacionadas ao seu tipo, momento que surge e à gravidade. Nos casos congênitos, os fatores que se destacam são: catarata congênita, hipoplasia do nervo óptico, amaurose congênita de Leber, acromatopsia, albinismo oculocutâneo, aniridia, erro refrativo grave (grau elevado), coloboma coroidal, entre outros. Vale mencionar que em todos eles há deficiência visual nos dois olhos, desde o nascimento. 

Nos casos adquiridos as causas possíveis são diversas, podendo estar associado a condições graves, como: graus de miopia e astigmatismo elevados, anormalidades cerebrais, efeitos colaterais de medicamentos, câncer, distúrbios genéticos e metabólicos, etc. Devido à gravidade dos fatores, é necessário passar por avaliação complementar com exames de imagem e testes laboratoriais, conforme orientação médica.  

Sintomas do nistagmo

Além dos movimentos involuntários, o nistagmo tem como sintomas sensibilidade à luz, tontura, dificuldade para enxergar no escuro e de percepção de profundidade, problemas de equilíbrio e de coordenação motora, torcicolo ou inclinação da cabeça e do pescoço para enxergar, e a sensação de imagens tremidas. 

Pacientes com a doença têm maior probabilidade de apresentar erros refrativos com graus elevados, de desenvolver ambliopia (olho preguiçoso) e de ter a acuidade visual prejudicada. 

Cura e tratamento do nistagmo 

A cura dessa condição depende de seu tipo e causa. Em alguns casos não é possível eliminar a doença, mas é viável diminuir seu impacto. 

Considerando a visão infantil com alto grau de miopia ou astigmatismo, o nistagmo pode ser solucionado com o uso de óculos ou lentes de contato. Para outros casos, é preciso recorrer à cirurgia para minimizar a necessidade de inclinação da cabeça. 

Fique de olho na visão infantil 

Se notar qualquer um dos sinais mencionados em seu pequeno, consulte um oftalmologista o mais rápido possível. Esse profissional fará os exames necessários e, se preciso, solicitará a avaliação complementar de um neurologista.  

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Retinoblastoma: saiba qual o potencial de cura da doença

Não é a primeira vez que falamos sobre o Retinoblastoma aqui no blog e provavelmente não será a última. Afinal, não há limites para a informação, não é mesmo? Principalmente quando isso pode ser fundamental para salvar vidas.

Esse é o caso do Retinoblastoma, tipo mais comum de câncer ocular em crianças e que se origina na retina (falamos mais sobre a doença e seus tipos aqui). Ele tem como sintomas mais frequentes o reflexo pupilar branco e o estrabismo, e uma de suas principais características é que, se detectado precocemente, tem altas chances de cura. Vamos saber mais!

O retinoblastoma tem cura

Apesar de raro, é o tumor ocular mais comum na infância, com cerca de 400 novos casos no Brasil anualmente, sendo 90% em crianças de até quatro anos. E o número de diagnósticos realizados no Brasil em estágio avançado é elevado, infelizmente, representando cerca de 50% dos casos.

Essa descoberta tardia reduz as chances de sucesso do tratamento, com danos à visão dos pequenos e até mesmo com risco à sobrevivência. Mas, se diagnosticado precocemente, a cura acontece em 90% dos casos, de acordo com a TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).

Por isso, insistimos tanto em informar sobre a importância da atenção à visão das crianças!

Atenção à visão infantil

Desde o nascimento, o acompanhamento oftalmológico é fundamental para observar o desenvolvimento da visão. Consultas precisam ser feitas regularmente com um médico especialista e existem exames que devem ser realizados idealmente até os três meses de vida. Infelizmente, nem todos são obrigatórios e acabam ficando de lado. Para descobrir quais são eles e assim solicitar que sejam feitos em seus pequenos, preparamos um checklist.

Baixe aqui o checklist com exames que todo recém-nascido deve fazer.

Em casa, também é possível se atentar a sinais de alerta. Confira abaixo alguns sintomas do retinoblastoma:

· Leucocoria, que é um reflexo pupilar branco que pode ser observado em fotos tiradas com flash (identificado também em exames de rotina, como o teste do olhinho)

· Estrabismo

· Queixa de dor nos olhos

· Vermelhidão da parte branca do olho

· Sangramento na parte inferior do olho

· Abaulamento dos olhos

· A pupila não se contrai quando exposta à luz

· Cor diferente de cada íris

O tratamento do Retinoblastoma

Cada caso tem suas particularidades conforme as características e estágio da doença. De modo geral, os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais que viabilizam que a criança continue a enxergar normalmente. Na fase inicial do retinoblastoma, o tratamento costuma ser feito com protocolos semelhantes ao laser e à radioterapia, sem cirurgia.

Para os diagnósticos mais avançados, há possibilidades como a cirurgia de enucleação (técnica cirúrgica para remoção de massa sem dissecação do globo ocular), tratamentos locais (como laserterapia e crioterapia) combinados com quimioterapia, quimioterapias intravítrea e intra-arterial, quimioterapia intravenosa, radioterapia e transplante autólogo de medula óssea.

Infelizmente, não há como prevenir a doença. Porém, é possível atenção para diagnosticá-la brevemente, o que se dá por meio da observação da presença de sintomas do retinoblastoma e acompanhamento médico, como mencionado anteriormente.

As Sociedades Nacionais e Internacionais de Oftalmologia recomendam que a primeira consulta aconteça entre os seis e doze meses de vida. No primeiro exame, a dilatação pupilar é fundamental para o diagnóstico precoce de retinoblastoma. E o teste do olhinho deve fazer parte da rotina médica até os cinco anos de idade.

Fique de olho e lembre-se: o retinoblastoma tem cura!

Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer

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Doenças infantis que não podem ser combatidas com vacina e alteram a visão

As vacinas estão na ordem do dia. Em função da pandemia de coronavírus que enfrentamos, este assunto tem ganhado destaque mundial. Vale ressaltar que as vacinas foram um avanço civilizatório fundamental. Só no Brasil, de acordo com Isabella Ballalai, Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), aumentou-se 30 anos na expectativa de vida, sobretudo, na diminuição de óbitos por doenças infecciosas preveníveis.

Com relação à saúde infantil, estima-se que a mortandade global seria 45% maior sem a existência de vacinas. Temos grandes aliados na prevenção de doenças infecciosas e outras que não são preveníveis com vacina, como é o caso do exame de vista infantil, o teste do olhinho, teste do pezinho, etc. Conheçamos algumas dessas doenças preveníveis com o teste do olhinho.

Quais doenças para as quais não existem vacinas, são preveníveis com o teste do olhinho?

O exame de vista infantil, como o teste do reflexo vermelho, ou o teste do olhinho digital, além de poder detectar questões mais simples de tratamento, podem também detectarem doenças graves, congênitas ou não, como o retinoblastoma.

Veja quais doenças são detectadas no teste digital do olhinho, sendo o mais completo:

Catarata;

– Coloboma Retinal;

– Doença de Coats;

– Familial Exudative Vitreoretinopatia (FEVR);

– Hemorragia de Retina e Macular;

– PHPV, Norrie & TORCH;

– Retinoblastoma (RB);

– Retinopatia da Prematuridade (ROP);

– Shaken Baby Syndrome;

– Síndromes Congênitas;

– Zika Congênita.

Quais são as vacinas do Plano Nacional de Imunização (PNI) e quais doenças elas previnem?

Ao nascer – BCG e Hepatite B, em uma e duas doses respectivamente, contra Formas Graves de Tuberculose e a Hepatite B;
2 meses – VORH, Pentavalente, VIP e VOP, Pneumocócica 10. Protege contra o Rotavírus, Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e meningite tipo b, Poliomelite, Pneumonia, otite, meningite (1a dose);
3 meses – Meningocócica C 1.ª dose;
4 meses – Rotavírus 2.ª dose, Pentavalente 2.ª dose, Poliomelite 2.ªdose VIP (1), Pneumocócica 10;
5 meses – Meningocócica 2.ª dose;
6 meses – Pentavalente 3.ª dose, VIP 2.ª dose;
9 meses – Febre amarela dose inicial;
12 meses – Pneumocócica 1.ºreforço, Meningocócica C 1.º reforço, Tríplice Viral 1a dose; 15 meses – DTP 1.ºreforço, 1.º reforço VOPb (1), Tetra Viral, Hepatite A;
4 anos – DTP 2.º reforço, VOPb 2.º reforço (1), Febre Amarela reforço 3, Varicela 2.ª dose;
9 anos – Febre Amarela uma dose, HPV duas doses.

Não nos esqueçamos de manter a vacinação e o exame de vista infantil em dia.

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Uso excessivo de telas por crianças pode causar miopia, ansiedade e depressão

A utilização da tecnologia está cada vez mais precoce. Desde muito cedo, as crianças têm acesso aos celulares, tablets, computadores e videogames. Apesar de o mundo digital ser fantástico para o aprendizado e um ótimo aliado para manter os pequenos entretidos (principalmente na pandemia), em excesso, o uso de telas pode causar miopia infantil, alterações na coluna, ansiedade, sedentarismo, depressão entre outros malefícios.

Além de provocar a miopia infantil, a tecnologia utilizada de forma excessiva ainda dificulta o desenvolvimento da empatia e do autocontrole. De acordo com a Academia Americana de Pediatria, para prevenção, é necessário limitar o tempo de uso dos dispositivos e a recomendação para manter a saúde dos olhos é que as crianças menores de dois anos de idade não sejam expostas a aparelhos tecnológicos. Dos dois aos cinco anos, o tempo de uso diário de dispositivos não deve ultrapassar uma hora. Já crianças com mais de cinco anos e adolescentes devem ficar conectadas até, no máximo, duas horas por dia.

Restringir 100% o uso é quase impossível nos dias de hoje, então, para evitar os impactos negativos, alguns métodos de prevenção, como mudanças de hábitos na rotina das crianças e exame de vista infantil periodicamente são indispensáveis. 

Por que a tela prejudica a visão?

A miopia infantil cresceu significativamente nos últimos anos e essa tendência coincide com o aumento do uso frequente de aparelhos eletrônicos por crianças. Isso porque ficar muito tempo em frente a uma tela contribui para um esforço excessivo de acomodação ocular, já que o músculo dos nossos olhos, que trabalha como uma espécie de ‘zoom’ para a captura da imagem, precisa fazer esse trabalho de maneira repetitiva, o que pode proporcionar o início da miopia infantil.

Além disso, a luz azul emitida pelos aparelhos causa ressecamento nos olhos; afeta o momento de descanso e pode causar dificuldade para dormir, pois ela inibe a produção de melatonina, o hormônio responsável por nos induzir ao sono.

Todos esses impactos que a luz azul causa, no longo prazo, prejudica o desenvolvimento cognitivo, humor e bem-estar da criança. 

Bons hábitos de prevenção

Impor limites é fundamental para possibilitarmos uma vida mais saudável e produtiva aos pequenos. A principal dica é incluir outras atividades na rotina e usar as telas somente como um recurso, e não como um hábito. Uma das maneiras de atrair as crianças para atividades diferentes é estimulá-las a fazer exercícios ao ar livre, determinar horários para leituras e estudos, e incentivar a prática de atividades físicas diárias.  

Além disso, também é importante dedicar tempo a fortalecer os laços familiar, com brincadeiras e atividades que reforcem a união.

Exame de Vista Infantil

É muito comum os pais só levarem seus filhos para realizar o exame de vista infantil quando já estão com dificuldade de enxergar, porém os olhos das crianças devem ser examinados regularmente como forma de prevenção a alguns distúrbios visuais, como a miopia infantil – que afeta a visão à distância.

O primeiro exame de vista infantil deve ser realizado ainda na maternidade, o chamado teste do Olhinho Digital. Se estiver tudo normal, deve ser feito novos exames oftalmológicos com 1 ano de idade, depois aos 3 anos e a seguir, na idade pré-escolar. A partir daí, o intervalo das idas ao oftalmologista vai depender de cada caso e da orientação dada pelo médico.

Dicas para diminuir o risco das telas na saúde das crianças

Fiscalize o tempo que o seu filho fica em frente ao tablet, celular ou computador.

Incentive atividades ao ar livre. Um hábito que evita o sedentarismo e que pode ajudar a evitar a miopia infantil, pois a luz externa faz a pupila contrair e ajuda a aprofundar o foco.

Leve seu filho regularmente para fazer exame de vista infantil

Estipule pausas. Se a criança precisa usar o computador por uma hora para as aulas online, por exemplo, determine 10 minutos para descansar a vista, olhar para o horizonte ou mesmo fechar os olhos por alguns instantes. 

Monitore como está a postura do seu filho. Isso é fundamental para evitar dores nas costas ou problemas mais graves de coluna.

 

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