Teste de visão infantil: como é feito

Considerado um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento físico e cognitivo de uma criança, a visão é um dos sentidos mais importantes na educação. Desta forma, fazer exames oftalmológicos se torna imprescindível para garantir um crescimento seguro e saudável da criança. Mas, ainda assim, o funcionamento do teste de visão infantil, como o teste do olhinho, é um verdadeiro mistério para os pais.

O  Conselho Brasileiro de Oftalmologia registra anualmente 33 mil casos de cegueira infantil e quase um terço destes casos poderiam ter sido evitados com um diagnóstico precoce. É impossível negar a necessidade de manter os testes de visão infantil em dia.

Entenda aqui as diferenças entre os tipos de testes de visão infantil oferecidos no Brasil, como eles são feitos e seus resultados.

Teste do Reflexo Vermelho

O teste do reflexo vermelho (TRV), ou teste do olhinho, é uma ferramenta de rastreamento de alterações que podem comprometer a visão das crianças. É o teste de visão infantil mais comum no Brasil, realizado na maternidade. Entretanto, em comparação com o teste digital do olhinho, avalia apenas a parte frontal do olho.

Esse teste de visão infantil é simples e consiste na emissão de luz diretamente nos olhos do paciente. O resultado é baseado na cor refletida de volta, sendo o ideal a tonalidade avermelhada, alaranjada ou até levemente amarelada.

Teste Digital do Olhinho

Feito de forma segura e indolor, o teste digital do olhinho é o exame inovador para o recém-nascido, podendo ser feito inclusive na maternidade.

Ele é capaz de auxiliar no diagnóstico de diversas enfermidades, como a hemorragia na retina e mácula, ROP (retinopatia da prematuridade) e retinoblastoma. 

O teste digital do olhinho acontece de forma simples, através da lente de uma câmera, chamada Retcam. Primeiramente é feita a dilatação da pupila do bebê e, em seguida, um gel de interface é adicionado entre o olho do paciente e o equipamento. A partir disso são retiradas as imagens da retina.

O Retcam tem um campo de visão de até 130º, sendo superior ao exame de Oftalmoscopia Binocular Indireta, que possui apenas 30º.

Oftalmoscopia

Também conhecida como fundoscopia, este teste de visão infantil é a famosa técnica de observação do fundo do olho, feita tanto em crianças quanto em adultos. 

Seu funcionamento depende da forma em que ele será feito, pois há duas diferentes opções: a direta e a indireta.

A direta consiste no oftalmoscópio posicionado de forma próxima ao olho, projetando uma luz no mesmo. Entretanto, a forma mais completa do exame se baseia na forma indireta. Esta só pode ser feita por um oftalmologista, que consegue visualizar o fundo do olho com grande nitidez.

O exame consegue diagnosticar diversas enfermidades oftalmológicas, como o glaucoma, e tem uma duração média de 5 a 10 minutos o teste de visão infantil.

Com tantos diferentes tipos de exame é natural que familiares se sintam perdidos na hora de escolher as melhores opções para seus filhos. Para entender mais sobre eles, confira os textos sobre teste digital do olhinho e triagem visual em crianças.

Spot Vision

Excelente ferramenta, para triagem oftalmológica, em crianças a partir de 6 meses a adultos. Sendo uma ótima opção para crianças não alfabetizadas, isso porque, não há necessidade de colaboração e entendimento para a realização. 

O teste é feito de forma rápida, onde é necessário apenas direcionar o Spot Vision para o paciente e capturar imagem dos olhos, em poucos segundos. O resultado sai de forma fácil, rápida com interpretação simples, didática e completa.

O exame feito com o Spot Vision é capaz de detectar fatores de risco de Ambliopia como: hipermetropia, miopia, astigmatismo, anisometropia, estrabismo e anisocoria.

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Seu filho possui cílios tortos? Entenda porquê tratar esse problema o quanto antes

A presença de cílios tortos em crianças é algo inicialmente simples, mas que precisa de atenção por poder afetar a visão infantil. A condição, chamada de Triquíase, é causada pelo crescimento dos fios na direção errada, curvando-se para dentro, em direção aos olhos. Parece inofensivo, mas pode não ser. 

O ponto de alerta deve-se ao fato de que os cílios tortos podem irritar a córnea e a conjuntiva, causando vermelhidão, coceira e até mesmo dor nos olhos. Se não tratada, essa característica pode levar a problemas mais sérios, como úlceras corneanas, infecções e cicatrizes. 

O que pode causar esse problema ocular em crianças? 

As causas são variadas, podendo ser um fator congênito (herdados geneticamente e presentes desde o nascimento), fruto de um trauma (algumas lesões oculares podem fazer com que os cílios cresçam na direção errada) e até mesmo infecções oculares (como conjuntivite). 

Como identificar? 

Os sintomas dos cílios tortos que podem causar problema ocular em crianças incluem coceira e vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, dor ocular, sensação de corpo estranho e sensibilidade à luz.  

Vale mencionar que nem sempre a criança consegue definir ou sinalizar o incômodo que está sentindo, por isso é preciso atenção constante à região e ao comportamento de seus pequenos. 

Caso identifique que há cílios tortos, é importante levar a criança a um oftalmologista pediátrico o mais rápido possível. Além disso, aqui estão algumas recomendações para ajudar a prevenir ou minimizar os sintomas: 

  • Limpeza adequada dos olhos: limpe cuidadosamente os olhinhos com água limpa e sabão suave. 
  • Mantenha as unhas curtas: devido ao incômodo, é possível que a criança coce os olhos, o que se agrava caso as unhas não estejam curtas por causar mais irritação.  
  • Mantenha as mãos limpas: o contato com os olhos é inevitável, por isso certifique-se de lavar as mãos regularmente para evitar a propagação de germes e infecções. 

O tratamento para cílios tortos na visão infantil 

A boa notícia é que há tratamento para esse problema ocular em crianças. Os tratamentos podem variar dependendo da causa e da gravidade da condição. Seguem abaixo alguns tratamentos comuns que podem ser recomendados por um oftalmologista: 

  • Tratamento médico: o uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios pode ajudar a aliviar os sintomas e prevenir infecções. 
  • Terapia de calor: a aplicação de compressas quentes pode ajudar a suavizar e endireitar os cílios. 
  • Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a posição dos cílios. 

Quando o assunto é visão infantil, todo cuidado é pouco. Caso suspeite de cílios tortos (ou qualquer outro problema), não hesite em procurar um oftalmologista. Mesmo que seja preocupante, as chances de solução são sempre aumentadas com um diagnóstico e tratamento precoce. 

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Crianças e telas: 5 dicas para protegê-las dos riscos

Há poucos anos, em um passado nada distante, era comum nos espantarmos com a destreza com a qual crianças lidavam com tecnologias, principalmente com os smartphones. Atualmente isso é tão comum que não há espanto ao ver um pequeno acessando vídeos nos aparelhos de seus pais, por exemplo.  

Essa mudança traz muito além do que um comportamento que se altera conforme as evoluções de nossa sociedade. Principalmente quando falamos de tela, o tempo dedicado a elas pode trazer efeitos negativos, como a miopia infantil, por isso o excesso de uso deve ser um ponto de alerta para os pais e responsáveis por crianças.  

Nas linhas que seguem falaremos mais sobre isso, os limites de uso recomendados e algumas dicas para lidar com a relação entre crianças e telas. 

Crianças, o uso de smartphones e tablets e suas consequências 

De acordo com a pesquisa “Crianças Digitais”, realizada pela Kaspersky em parceria
com a CORP em 2020, 73% das crianças no Brasil recebem seu primeiro smartphone ou tablet antes dos 10 anos. Surpreendentemente, 49% delas começam a utilizá-los antes dos 6 anos. E, na ocasião da pesquisa, 18% das crianças no Brasil passavam mais de 4 horas diárias conectadas à internet.  

Esses números destacam a presença significativa da tecnologia na vida das crianças e a elevada quantidade de tempo que ela ocupa. Considerando nosso contexto atual e os acontecimentos dos últimos anos (pandemia), essa frequência de uso pode ter aumentado desde então. 

Além dos riscos que o uso da internet pode apresentar para a segurança dos pequenos, se feito sem a supervisão adequada, há os danos à saúde física e emocional. Uma pesquisa da Universidade Federal do Ceará publicada em 2021 mostrou que cada hora adicional de tempo de tela associa-se a menores níveis nos domínios de comunicação infantil, de resolução de problemas pessoais-sociais e do desenvolvimento. O estudo é realizado anualmente com 3.000 crianças desde 1987. 

A saúde física também pode ser comprometida. Um levantamento recente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para o avanço dos casos de miopia infantil e nos adolescentes – a taxa de progressão desse distúrbio visual cresceu em 70% dos pacientes de 0 a 19 anos a partir de 2020. E para 75% dos oftalmologistas consultados, a causa principal é a exposição aumentada dos jovens às telas de equipamentos eletrônicos. 

Há, ainda, várias outras possíveis consequências para a saúde e o bem-estar, incluindo transtornos mentais (como ansiedade e depressão) e de sono e alimentação, irritabilidade, queda no rendimento escolar, e dificuldade nas relações sociais pessoais, levando ao isolamento. 

Tempo de tela recomendado por idade: 

Lidar com os anseios das crianças pela diversão com as telas não é tarefa fácil e limitá-los totalmente também pode não ser o melhor caminho para muitas famílias, mas não há dúvidas que o controle é fundamental. 

Para melhor compreender os impactos do uso de telas e apoiar os pais e responsáveis nesse assunto, várias entidades médicas conduziram estudos e forneceram recomendações. Confira abaixo as principais diretrizes e recomendações. 

 

AAP (Academia Americana de Pediatria): 

  • Menores de 18 meses: evitar o uso de telas, com exceção de videochamadas para fortalecer laços afetivos. 
  • De 18 a 24 meses: usar mídia por períodos curtos, com programas de alta qualidade, e assistir com a criança para ajudá-la a compreender o que está sendo exibido. 
  • De 2 a 5 anos: limite de 1 hora por dia, com acompanhamento dos pais para focar em programas de alta qualidade. 
  • A partir dos 6 anos: não há uma limitação rígida de tempo, mas os pais devem estabelecer limites consistentes, considerando outras atividades da criança e garantindo o sono adequado. 

SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria): 

  • Crianças menores de 2 anos: evitar a exposição a telas, mesmo que de forma passiva. 
  • Entre 2 e 5 anos: limitar a uma hora por dia, com supervisão de um adulto. 
  • Entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de tela a uma ou duas horas por dia, com supervisão. 
  • Entre 11 e 18 anos: manter a exposição às telas entre 2 e 3 horas por dia, com supervisão, evitando atividades noturnas em detrimento do sono. 

 

OMS (Organização Mundial de Saúde): 

  • Até 1 ano: não é recomendado contato com telas. 
  • 1 ano: evitar tempo sedentário nas telas, priorizando programas educacionais ou que estimulem atividades. 
  • 2 anos: limite de até uma hora, mas sempre minimizando o tempo. 
  • 3 a 4 anos: o tempo sedentário não deve ultrapassar uma hora. 

É importante lembrar que todas as entidades enfatizam que o tempo de tela deve ser
encerrado aproximadamente duas horas antes de dormir, e que não devem ser
usadas durante as refeições e outras atividades. 

5 dicas para proteger as crianças durante o uso 

Elencamos algumas dicas para ajudar na gestão da relação entre crianças, telas e tecnologias: 

  1. Siga as recomendações das entidades de saúde em casos de exposição às telas, com tempo definido conforme a idade. 

 

  1. Não permita que os pequenos acessem conteúdo sem acompanhamento, isso ajuda a evitar materiais impróprios e faz com que o tempo na tela gere aprendizado e interação com os pais ou responsáveis. Ainda, use tecnologias de controle parental para limitar e monitorar os conteúdos acessados. 
  1. Estimule a realização de outras atividades, como brincadeiras ao ar livre e educativas, para que a criança reconheça que há inúmeras alternativas para diversão. 
  1. Seja exemplo: também controle seu tempo de uso de telas e aproveite o tempo com as crianças para atividades diferentes. 
  1. Mantenha um acompanhamento médico constante e atenção a qualquer sinal de alteração de comportamento ou saúde. O teste do olhinho, por exemplo, identifica muitas doenças, como retinoblastoma. 

 

Independentemente da idade da criança, tenha sempre em mente que o controle sobre o tempo de tela é fundamental para seu desenvolvimento saudável. É importante estabelecer limites e incentivar outras atividades saudáveis para equilibrar o uso da tecnologia. Afinal, a tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa quando usada de forma consciente e moderada, sendo cada vez mais presente no dia a dia dos pequenos conforme crescem e se desenvolvem. 

 

 

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Homeschooling por quarentena pode acelerar miopia em crianças

A necessidade de adaptabilidade e de reinventar nossos hábitos cotidianos veio junto com o Coronavírus. Com o isolamento social causado pela pandemia, o homeschooling – termo em inglês para ‘ensino em casa’ – é a solução mais segura para manter a rotina escolar das crianças em dia e evitar que as famílias corram o risco de contrair a doença. Essa nova realidade vem reduzindo a propagação da COVID-19 mas aumentando os casos de miopia infantil.

Se antes o seu filho só ficava conectado uma hora por dia para os momentos de lazer, agora ele usa o computador, tablet e celular também como uma fonte de estudo. As videoaulas, que são fundamentais para manter os pequenos conectados com a escola, fazem com que as crianças fiquem mais tempo em frente às telas. E esse hábito é completamente prejudicial para a saúde ocular e pode provocar a miopia infantil

A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o uso constante de tecnologia está aumentando os casos de miopia e prevê que, no próximo ano, cerca de 35% da população esteja sofrendo com o erro refrativo. Em 2050, os casos podem chegar a 52%. 

Com esses números alarmantes é impossível não se preocupar com os efeitos do homeschooling e tempo de tela das crianças no médio e longo prazo. Já que a miopia infantil também é capaz de gerar problemas de aprendizado, baixa autoestima e dificuldades de inserção social. Por isso, é importante ficar atenta e tomar os cuidados necessários! 

Relação da miopia infantil com as telas

Diante das telas, a criança tende a piscar menos e se esforçar para manter o foco. Ou seja, essa repetição que os músculos dos olhos precisam fazer causa a fadiga, que pode levar à miopia infantil e a outros erros de refração com o passar do tempo. A luz azul emitida pelos aparelhos eletrônicos também provoca o ressecamento nos olhos.

No longo prazo, esses maus hábitos podem causar dificuldade para identificar objetos a distância, esforço para manter o foco, hipersensibilidade à luz, lacrimejamento em excesso e vermelhidão nos olhos.

Como evitar esse quadro?

Já que o homeschooling é a nova realidade e um método importante para manter o aprendizado, o ideal é restringir os outros momentos em que seu filho fica em frente às telas. 

Como passar algumas horas do dia no computador será inevitável por causa dos estudos, nos momentos de lazer, não deixe os eletrônicos entrarem como parte da brincadeira. Incentive o desenvolvimento de outros hobbies e atividades que não exigem tanto esforço visual. 

Além disso, estimular as pausas durante o tempo de tela também é essencial para manter a saúde ocular da criança.

Idas frequentes ao oftalmologista

Mesmo que a criança não apresente nenhum sintoma de miopia infantil, as consultas regulares ao oftalmologista e exames de vista infantil são imprescindíveis para assegurar que seu filho possa se desenvolver de forma segura e sem desconfortos na visão. 

Caso o pequeno já esteja diagnosticado com a miopia infantil, também é necessário marcar uma consulta com o médico para fazer o acompanhamento, exames de rotina e indicar os tratamentos corretos. 

Dicas para as crianças usarem as telas sem risco!

  • Determine os horários corretos para seu filho usar os eletrônicos. É importante evitar o uso em períodos noturnos para não prejudicar a qualidade do sono. 
  • Faça brincadeiras e atividades ao ar livre.
  • Não instale equipamentos como televisão e computador no quarto da criança.
  • Diminua a luminosidade das telas durante o uso. 

O assunto é sério e o conhecimento é o primeiro passo para prevenir doenças oftalmológicas nas crianças. Por isso, aqui no Juntos pela Visão, incentivamos e conscientizamos sobre a importância de um diagnóstico ocular completo e precoce. Para entender mais sobre a miopia infantil e esclarecer todas as dúvidas, acompanhe o nosso blog

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