A saúde dos olhos é um tema que sempre é discutido na medicina, mas que, atualmente, precisa ser fortemente reforçado pela ascensão das tendências de beleza.  

São procedimentos novos todos os dias, maquiagens e produtos que, por diversas vezes, fazem mais mal do que bem aos olhos. Contudo, como saber o que convém? O que alertar aos seus pacientes? 

 Sabemos que a tecnologia vem em nosso auxílio para nos proporcionar situações que antes poderiam não ser possíveis de serem alcançadas. Entretanto, quando saber o limite e o que realmente faz mal para a saúde do paciente?  

Saúde dos olhos: tendências de beleza que podem ser prejudiciais 

A maquiagem na região dos olhos não é necessariamente a vilã. Claro, alguns fatores como a composição do produto, armazenamento e até maneira de aplicá-lo pode apresentar riscos à visão. Mas, tomando alguns cuidados, ela não deve ser um problema. Portanto, os riscos e os cuidados sempre devem ser explicados aos pacientes.  

É fundamental orientá-los sobre como usar e o que usar. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), duas a cada 10 mulheres são diagnosticadas com problemas oculares causados pelo mau uso da maquiagem. Nos consultórios as maiores reclamações são de olhos coçando, irritados ou lacrimejantes.  

 Alertas que devem ser passados aos pacientes 

O primeiro deles é com relação à maquiagem vencida. Deve-se orientar ao paciente que este é um dos primeiros critérios a ser avaliado antes de sua aplicação. Vale também reforçar os cuidados com os pincéis, que devem ser limpos regularmente e lavar bem as mãos antes e depois de maquiar os olhos.  

É necessário, ainda, aconselhar a sempre verificar na embalagem os elementos que compõem o produto, já que alguns podem provocar alergias ou até mesmo ser tóxicos para a área aplicada. Alguns dos elementos que se devem evitar são parabenos, derivados de petrolato, ftalatos, chumbo e outros metais pesados. A presença de componentes como corantes artificiais, conservantes, agentes emulsionantes e óleos essenciais podem também estar relacionados a casos de alergias oculares.  

Outro ponto importante em relação à maquiagem é que nem sempre, o mais caro é o melhor. Portanto, o mais recomendável é saber reconhecer a composição química menos daninha e mais saudável para as áreas dos olhos. 

Portanto, além dos cuidados acima, oriente seus pacientes a visitar um oftalmologista quando houver qualquer sintoma persistente, como conjuntivite, inflamação nas pálpebras ou qualquer sinal de irritação nos olhos.  

 Os prejuízos dos cílios perfeitos 

Um outro processo que vem ganhando força na estética é o aumento de cílios. São diferentes técnicas disponíveis no mercado: alongamento, que consiste em passar um composto químico com tinta que realça os fios; ou de colocação de fios, que acrescentam fios sintéticos. 

Provavelmente, você já percebeu um aumento em número de pacientes que têm ido ao consultório por complicações por extensões ou permanente de cílios. E essa tendência tende a aumentar os casos. Um estudo no Japão, por exemplo, revelou que 30% das mulheres avaliadas pós-aplicação tinha manifestado problemas de irritações nos olhos.  

Assim, o ideal é estar por dentro de novos procedimentos que surgem a todo momento para poder orientar os pacientes e considerar riscos e tratamentos se for o caso. 

As consequências mais comuns de procedimentos para alongamento de cílios são infecção ocular, irritação, olho seco, aumento da produção de lágrima, inflamação e até mesmo câncer de olho. 

Lentes de contato e procedimentos estéticos 

Junto a tudo que já foi dito, não é segredo para ninguém que a saúde dos olhos pode ser prejudicada com o uso de lentes de contato – coloridas, com grau ou não – vencidas e que não são realizadas as limpezas de forma correta. Todavia, um novo procedimento no mercado que promete a troca da cor da íris do olho é bem perigoso e além de irritações e infecções, pode provocar cegueira. 

Com isso, outros procedimentos estéticos entram no pacote de risco, como laser CO2 fracionado, que é indicado para tratar rugas e linhas finas; toxina botulínica para prevenir rugas e linhas de expressão; e a blefaroplastia, para flacidez nas pálpebras, são processos que, se não forem feitos por profissionais capacitados, deixam sequelas graves e, possivelmente, irreversíveis.  

O médico oftalmologista deve ter todas as informações sobre os prós e contras dos procedimentos e, assim, orientar os seus pacientes na garantia de que a saúde dos olhos não esteja ameaçada a cada novidade lançada no mercado.