Estágio da visão nos bebês e atividades para estimular os sentidos

Você sabia que não nascemos com nossa capacidade total de visão?

É isso mesmo, o desenvolvimento da visão dos bebês acontece por etapas e vai evoluindo conforme seu crescimento. Por isso, é de suma importância o acompanhamento oftalmológico (com o teste digital do olhinho, por exemplo) para garantir que esse desenvolvimento está dentro do esperado. Isso ainda permite que doenças sejam evitadas ou diagnosticadas precocemente, como o retinoblastoma.

A evolução da visão dos bebês

Logo após o nascimento, um bebê só consegue focar algo a 20 ou 30 cm de distância, a partir disso não consegue ver claramente. Esse alcance se amplia aos poucos e com cerca de três meses é possível que o pequeno comece a notar, por exemplo, quando alguém estiver do outro lado do cômodo. Com quatro meses, a visão já permitirá que olhe com interesse pela janela ou para algo na parede. Já aos sete, essa capacidade de alcance da visão estará quase totalmente desenvolvida.

Outros pontos importantes do desenvolvimento

Além do alcance, é interessante observar outros pontos que fazem parte da evolução dos olhos da criança.

Cor dos olhos

Pode mudar nos primeiros meses devido à melanina, pigmento que também afeta a cor dos cabelos e da pele. Os bebês que nascem com olhos mais escuros, como castanho ou verde escuro, têm alta presença da melanina e a cor provavelmente não mudará. Já os mais claros, como azul ou cinza claro, possuem menos pigmento ao nascer e podem sofrer alterações de cor conforme ele for produzido.

Acompanhar movimentos

O recém-nascido tem dificuldade para acompanhar movimentos com os olhos mesmo que perto de seu rosto. Porém, com cerca de dois meses já terá mais coordenação e foco em ambos os olhos para acompanhá-los. Quando tiver por volta de três meses, provavelmente começará a usar os braços e as mãos para tentar tocar em objetos perto de si. Paralelamente, a noção de profundidade começa a se desenvolver com cerca de cinco meses, quando já terá praticado com brincadeiras que trazem um objeto em direção a ele e depois o afastam, desenvolvendo uma visão tridimensional do mundo.

Cores

O bebê enxerga em preto e branco ao nascer, o que acontece porque as células responsáveis pelas cores ainda não estão totalmente desenvolvidas. Ao completar aproximadamente um mês, conseguirá perceber o brilho e intensidade das cores. Já aos três, começará a ver cores básicas, como o vermelho. Até o quatro mês de vida a visão colorida estará desenvolvida, com a habilidade de diferenciar cores e tonalidades.

Para participar e colaborar com essa evolução – bem como o desenvolvimento cognitivo em geral – é possível realizar algumas brincadeiras com seu bebê. Além desses benefícios, vocês terão ótimos momentos de interação! Brincadeiras

Na sequência, veja algumas dicas de atividades para realizar com seu pequeno:

Mesa de Luz: É um recurso inspirado na pedagogia Reggio Emilia e que possibilita o contato com itens conhecidos (copos, potes, elásticos, etc) por meio de uma nova linguagem. Basicamente, consiste em colocá-los em uma superfície com luz embaixo, permitindo que sejam vistos de outra forma, com novas composições, tons e contexto. Entre os benefícios, estão: desenvolvimento da coordenação motora fina, experimentação cromática e estímulo à curiosidade.

Mesa de luz com cores para estimular a visão da criança

Cesta de tesouros

Em um cesto ou recipiente que tenha em casa, reúna objetos de diferentes tamanhos, cores, texturas, odores (como folhas e outros elementos da natureza), formatos e sons, se possível. A ideia é que o bebê ou a criança interaja com esses elementos, despertando todos os sentidos, até mesmo o paladar uma vez que os bebês costumam levar os objetos que pegam à boca.

Essa atividade é ideal para pequenos com a partir de 10 meses. Para os maiores, é possível variar, fazendo com que sintam os objetos sem vê-los para que adivinhem o que são.

Tummy Time

Específica para bebês, a tradução do nome dessa atividade significa “hora da barriga” em menção à posição de realização: de bruços. A ideia principal é colaborar com o desenvolvimento muscular do bebê, o que não a torna essencialmente uma atividade sensorial, mas é possível aproveitar o momento para estimular também os sentidos, deixando brinquedos por perto enquanto o bebê fica e barriguinha para baixo. Além disso, durante o Tummy Time o bebê tem uma visão diferente do espaço, com mais amplitude.

Fique de olho na visão dos bebês

Conhecer as etapas do desenvolvimento e atividades para estimulá-las é importante para acompanhar a evolução de seu bebê, mas lembre-se que nada disso exclui a importância do acompanhamento oftalmológico. Consultas e exames de rotina, como o teste digital do olhinho, são fundamentais para detectar doenças precocemente, aumentando assim suas possibilidades de cura, como é o caso do retinoblastoma.

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Seu filho precisa de óculos? 5 dicas para melhorar a relação da criança com o acessório

Segundo estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 3% a 10% das crianças brasileiras entre 7 a 10 anos de idade precisam usar óculos. Outro estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde mostra que 52% de toda a população do planeta terá miopia até 2050. Esses dados apontam grande preocupação dos especialistas, principalmente em relação a miopia infantil, já que a doença está cada vez mais presente devido ao uso constante de computadores e celulares.

No entanto, a dificuldade em introduzir o uso dos óculos corretivos nos pequenos, seja por bullying na escola ou simplesmente por falta de hábito, pode comprometer o bem-estar das crianças, além de prejudicar no tratamento indicado pelo oftalmologista.

Independente do diagnóstico do profissional é possível investir em algumas atitudes para auxiliar os pais na utilização dos óculos no dia a dia dos pequenos.

Avaliação profissional

É primordial que a criança passe por uma consulta médica com um oftalmologista. Dessa forma, ele indicará quais exames são ideais para o diagnóstico e prescrição correta do grau de correção.

Diálogo é fundamental

Decidido qual será o melhor tratamento, é a hora de conversar com os pequenos sobre a utilização dos óculos. Crianças são muito receptivas a novidades e, por isso, trate o acessório como a melhor novidade do mundo. Quanto mais entusiasmado os pais demostrarem, maior será o interesse em utilizar.

Escolha da armação

No mercado existe uma gama enorme de cores, modelos e armações diferentes. Por isso, deixe que eles façam a escolha do que mais gostar. Essa atitude pode auxiliá-los a fazer dos óculos um hábito divertido! Pegue referências de desenhos que eles mais gostam, super-heróis e até as princesas. 

Outro ponto muito importante é escolher os óculos com armações mais resistentes para impedir que quebrem com facilidade. Uma boa sugestão são as opções em acetado. Observar a adaptação do acessório no rosto da criança também é indicado, já que ela ainda não tem a base nasal completamente desenvolvida prejudicando o apoio. Nesse caso, invista em fitas para manter os óculos bem firmes por trás da cabeça e nos ajustes na própria armação. Os modelos de nylon flexíveis são fáceis de localizar, trazendo mais segurança.

Elogios também contam!

Elogie sempre a criança quando estiver utilizando o acessório. Dessa forma, ela associará o uso como um hábito positivo. Jamais utilize frases negativas quando elas estiverem por perto, como por exemplo, “ele não vai usar”, “ele vai desistir”. Assim como os adultos, frases motivadoras incentivam no dia a dia.

Adaptação mais eficiente

Nos primeiros dias de uso, é comum que as crianças se queixem de dor de cabeça, enjoos e, em alguns casos, tontura. Esses sintomas são normais, já que os olhos estão se adaptando às lentes corretivas. Converse com eles, explique que é normal e que logo passará. Tente distraí-los com algumas atividades que mais gostam, como por exemplo, assistir a um filme, desenho ou beliscar ‘snacks’ preferidos. Com o uso contínuo do acessório, a adaptação será mais rápida.

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Doenças infantis que não podem ser combatidas com vacina e alteram a visão

As vacinas estão na ordem do dia. Em função da pandemia de coronavírus que enfrentamos, este assunto tem ganhado destaque mundial. Vale ressaltar que as vacinas foram um avanço civilizatório fundamental. Só no Brasil, de acordo com Isabella Ballalai, Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), aumentou-se 30 anos na expectativa de vida, sobretudo, na diminuição de óbitos por doenças infecciosas preveníveis.

Com relação à saúde infantil, estima-se que a mortandade global seria 45% maior sem a existência de vacinas. Temos grandes aliados na prevenção de doenças infecciosas e outras que não são preveníveis com vacina, como é o caso do exame de vista infantil, o teste do olhinho, teste do pezinho, etc. Conheçamos algumas dessas doenças preveníveis com o teste do olhinho.

Quais doenças para as quais não existem vacinas, são preveníveis com o teste do olhinho?

O exame de vista infantil, como o teste do reflexo vermelho, ou o teste do olhinho digital, além de poder detectar questões mais simples de tratamento, podem também detectarem doenças graves, congênitas ou não, como o retinoblastoma.

Veja quais doenças são detectadas no teste digital do olhinho, sendo o mais completo:

Catarata;

– Coloboma Retinal;

– Doença de Coats;

– Familial Exudative Vitreoretinopatia (FEVR);

– Hemorragia de Retina e Macular;

– PHPV, Norrie & TORCH;

– Retinoblastoma (RB);

– Retinopatia da Prematuridade (ROP);

– Shaken Baby Syndrome;

– Síndromes Congênitas;

– Zika Congênita.

Quais são as vacinas do Plano Nacional de Imunização (PNI) e quais doenças elas previnem?

Ao nascer – BCG e Hepatite B, em uma e duas doses respectivamente, contra Formas Graves de Tuberculose e a Hepatite B;
2 meses – VORH, Pentavalente, VIP e VOP, Pneumocócica 10. Protege contra o Rotavírus, Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B e meningite tipo b, Poliomelite, Pneumonia, otite, meningite (1a dose);
3 meses – Meningocócica C 1.ª dose;
4 meses – Rotavírus 2.ª dose, Pentavalente 2.ª dose, Poliomelite 2.ªdose VIP (1), Pneumocócica 10;
5 meses – Meningocócica 2.ª dose;
6 meses – Pentavalente 3.ª dose, VIP 2.ª dose;
9 meses – Febre amarela dose inicial;
12 meses – Pneumocócica 1.ºreforço, Meningocócica C 1.º reforço, Tríplice Viral 1a dose; 15 meses – DTP 1.ºreforço, 1.º reforço VOPb (1), Tetra Viral, Hepatite A;
4 anos – DTP 2.º reforço, VOPb 2.º reforço (1), Febre Amarela reforço 3, Varicela 2.ª dose;
9 anos – Febre Amarela uma dose, HPV duas doses.

Não nos esqueçamos de manter a vacinação e o exame de vista infantil em dia.

Doenças infantis que não podem ser combatidas com vacina e alteram a visão

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Visão dupla em crianças: o que é, causas, sintomas e tratamentos disponíveis

Também conhecida como Diplopia, a visão dupla ocorre quando há a percepção de duas imagens de um único objeto, ou seja, uma pessoa visualiza algo de maneira duplicada, o que pode acontecer de forma sobreposta ou lado a lado. Há, ainda, o formato mais simples da doença, que consiste na visão borrada.  

Esse problema oftalmológico afeta crianças e adultos, podendo ser muito preocupante quando ocorre na visão infantil. Nos pequenos, ela é difícil de detectar, o que reforça a importância de os responsáveis estarem cientes dos sintomas e causas para garantir um tratamento adequado o quanto antes, caso ocorra. 

Pensando nisso, na sequência apresentaremos mais informações sobre a doença. 

Causas  

A Diplopia é causada por alteração nos músculos ou nervos ao redor dos olhos, não sendo uma doença do olho propriamente dito, mas sim de sua posição. Existem várias causas possíveis para a doença em crianças. Algumas das mais comuns incluem:  

  • Problemas musculares nos olhos: como estrabismo, que ocorre quando os olhos não se alinham corretamente. 
  • Problemas de refração: miopia, hipermetropia ou astigmatismo 
  • Lesões na cabeça, que podem danificar os nervos cranianos que controlam os músculos oculares) 
  • Doenças oculares: como catarata ou glaucoma 

Vale destacar que, por definição, a visão dupla é sempre binocular, aparecendo com os dois olhos abertos. Ao tampar um olho de cada vez a visão dupla tem que desaparecer. 

Sintomas 

Os sintomas da visão dupla em crianças podem variar de leve a grave, dependendo da causa subjacente. Confira abaixo alguns sinais comuns e atente-se ao comportamento de seus pequenos: 

  • Desconforto ou dor nos olhos 
  • Dificuldade em ler ou escrever 
  • Inclinação da cabeça para um lado 
  • Dificuldade em ver objetos em movimento 
  • Dificuldade para visualizar objetos à distância 

Ao notar qualquer incômodo, busque ajuda profissional a quanto antes. Muitas vezes a criança não sabe explicar o que sente, então a atenção aos seus sinais é fundamental para um tratamento precoce, o que aumenta as chances de resultados positivos nos cuidados de qualquer doença. 

Tratamentos 

Felizmente, há tratamento para esse problema da visão infantil. A conduta adotada para isso dependerá da causa subjacente. Veja só: 

  • Problema muscular nos olhos: se essa for a causa da doença, pode ser necessário usar óculos ou realizar uma cirurgia.  
  • Problema de refração: para essa causa os óculos podem ser suficientes para corrigir o problema. Em casos mais graves, talvez seja necessário usar um tampão no olho para ajudar a fortalecer os músculos oculares. 

Se a doença em seu filho persistir mesmo com o tratamento indicado, é importante consultar novamente o oftalmologista o mais rápido possível. 

E lembre-se: jamais hesite em procurar um profissional caso suspeite de algum problema de visão infantil em suas crianças. Quanto mais cedo o problema for diagnosticado e tratado, maiores são as chances de evitar danos permanentes à visão. 

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