Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer.

Seu filho fez o teste do olhinho e todos os cuidados tão importantes com a visão infantil foram tomados, mas durante a infância foi diagnosticado com alta miopia. E agora? Não há razão para desespero. Uma das condições que mais atingem as crianças, quando falamos de visão infantil, é a miopia. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), chegam a 20% entre crianças em idade escolar, que possuem algum tipo de problema de visão. Já entre as crianças de até 5 anos, a miopia infantil atinge cerca de 1% da população, 8% aos 10 anos de idade e 15% aos 15.  

Vamos falar um pouco dela, portanto. Uma das primeiras causas da miopia, é a genética. Pais míopes grande probabilidade dos filhos também o serem. Mas não é o único fator que contribui para a condição. Já os casos de alta miopia, ou altas ametropias (mais de 6 graus) estão comumente relacionados a bebês prematuros. Esses casos devem, sim, ter um acompanhamento mais atencioso, pois têm maior probabilidade de apresentar problemas na retina, como deslocamento e membranas retinianas.

Os olhos falam: como identificar problemas de visão infantil

Primeiro de tudo, faça o teste do olhinho, além daquele obrigatório feito com a luz vermelha de forma manual pelo médico nas primeiras horas do bebê, existem exames mais completos que diagnosticam mais potenciais doenças e, tanto na miopia, quanto em outros casos, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar problemas mais graves, até mesmo a perda da visão. Por isso, as principais sociedades internacionais de oftalmologia recomendam o primeiro exame oftalmológico já no primeiro ano de vida (a partir dos 6 meses ou antes).

Os altos míopes vão comumente apertar os olhos para ver de longe, aproximar-se muito de objetos etc, são todos sinais que os pequenos dão aos quais devemos ter atenção. 

A miopia pode também progredir e ter incremento do grau ao longo da vida, em função do uso de aparelhos eletrônicos, por exemplo. Nesses casos, devemos apostar na prevenção. Equilibrar o uso e atividades ao ar livre estão cientificamente comprovadas como boas formas de prevenção da evolução para um alto grau.

Sem pânico: Correção de miopia infantil existe e funciona

Como já dito acima, antes de qualquer coisa é indispensável uma consulta no oftalmologista e acompanhamento para que se façam os devidos exames de acuidade visual. Com o exame em mãos, os óculos deverão ser confeccionados.

Em caso de disparidade de graus nos olhos, um mais baixo que o outro, o uso de óculos simultaneamente com o tampão pode ser indicado. As lentes de contato poderão ser introduzidas, conforme a criança já tenha idade suficiente para seguir os cuidados corretamente. 

Já a cirurgia de correção refrativa para correção de miopia infantil poderá ser realizada conforme se estabilize o grau. O acompanhamento com o oftalmologista indicará quando isto será possível.

Crianças alto míopes podem ter uma vida normal com cuidados corretos

Lembre-se que uma criança comum tem que brincar, estudar, interagir etc. E como o óculos a acompanhará provavelmente por muitos anos, lembre-se de escolher uma armação adequada às atividades de uma criança e que não a limite. No caso de bebês, existem hoje muitas opções no mercado que facilitam a adaptação. 

Como já mencionado, o diagnóstico precoce também vai permitir frear o incremento da miopia, evitar doenças graves decorrentes e até mesmo prevenir de atrasos no desenvolvimento psicossocial da criança. 

Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer

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Oclusão da veia central por Covid-19. Entenda mais sobre o problema

Desde que o mundo conheceu a pandemia do novo Coronavírus, uma das sequelas relatadas estão relacionadas a problemas oculares, tais como olho seco. 

Por ser uma doença ainda muito nova e amplamente desconhecida, a Covid-19 gera muitas inquietações. Nesse sentido, houve um aumento nos últimos 6 meses de incidências de buscas no Google relacionadas a “visão e Covid”. Você que é oftalmologista pode estar notando o mesmo movimento no seu consultório. 

Oclusão da veia central do olho por Covid-19 

Estudos recentes chamam atenção: 65 pacientes apresentaram “oclusão da veia central” após serem infectados com a variante ômicron. O estudo conduzido pela Universidade do Michigan e publicado pela renomada “JAMA” (Associação Médica Americana) analisou 432.512 pacientes e demonstrou ocorrência de 65 casos de oclusão da veia central, relacionados à Covid-19.  

Contudo, o problema, segundo o estudo, a oclusão venosa retiniana se apresentou seis meses depois, ou seja, como sequela da infecção pelo novo coronavírus. 

Segundo a Universidade de Navarra, esta doença é a segunda principal causa de cegueira por causa de patologia vascular ocular na Espanha, ficando atrás da retinopatia diabética. Igualmente, hipertensão arterial e diabetes descontrolada podem propiciar o surgimento da doença. 

Cuidados com nossos olhos e Covid-19 no Brasil 

O Brasil foi um dos países mais afetados pela Covid-19 em todo o mundo. O país fechou 2021 com a marca de 22 milhões de casos confirmados e mais de 600 mil mortes. As chances de que tenha havido muitos casos de doenças oculares como decorrência direta ou sequelas de forma ainda não-identificada, portanto, são grandes. Daí a importância dos médicos da área estarem atentos aos novos estudos conduzidos que relacionam Covid-19 e doenças oculares. 

As causas indiretas também preocupam. Segundo a própria OMS, a pandemia e o isolamento social afetaram os cuidados com os olhos, uma vez que obrigou muitas pessoas a desmarcarem cirurgias de catarata e miopia, interromperem tratamentos e também as idas mais regulares ao médico. Tudo isso fez aumentar casos de doenças oculares e até mesmo o aumento da epidemia de miopia. 

 É hora de ter mais atenção a pacientes com possíveis sequelas 

Levando todo este cenário em consideração, é importante que o médico esteja capacitado e seu consultório equipado para poder tratar possíveis situações e condições até pouco tempo inexistentes. Vivemos numa época de novidades e as tecnologias, bem como nosso conhecimento, devem acompanhar no intuito de cuidar sempre melhor das pessoas.  

O Faros, por exemplo, é um dispositivo cirúrgico eficiente e poderoso para cirurgia de catarata, vitrectomia e glaucoma. O aparelho possui versatilidade e tecnologia inovadora, além de alto conforto para o usuário e permite a realização de cirurgia ocular no mais alto nível. 

O aparelho Faros para catarata dispõe da easyPhoto, a facoemulsificação com estabilidade insuperável da câmara e aspiração eficiente de fragmentos. Já para glaucoma, a esclerectomia profunda de alta frequência (HFDS) garante excelentes resultados a longo prazo e tem uma taxa de complicações extremamente baixa e um curto tempo de intervenção. Por fim, no tratamento de vitrectomia, os sistemas Caliburn Trocar criam um acesso ideal ao segmento posterior e permitem cortes suaves e excelente tensão da ferida. 

A plataforma Faros é comercializada pela Advance Vision. Entre em contato conosco para saber mais! 

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Coloboma aparece ainda na infância. Saiba o que é e como tratar

Existe um tipo de problema da visão ocular infantil que causa a deformação geralmente da íris do olho, mas que também pode ocorrer na pálpebra, retina e nervo óptico, que causa muito espanto aos pais num primeiro momento. Esta é a coloboma, ou popularmente conhecida como síndrome do olho de gato.

Este artigo será endereçado a esclarecer e orientar pais de crianças com coloboma, que buscam mais informações sobre o problema.

O que é e quais as causas da doença?

O coloboma é uma doença congênita, ou seja, transmitida pelo nosso DNA, por gerações, que pode aparecer na íris, retina, pálpebras ou nervo óptico ainda nos primeiros meses de vida (no caso de hereditariedade). Em alguns casos, pode ser resultado de trauma.

A doença atinge a visão ocular infantil através da má formação da íris ou de outras partes do olho. Isto se dá por uma falha cromossômica, ou seja, no DNA, ou pode ocorrer como um mal desenvolvimento na fase embrionária, ou que conhecemos popularmente como “má formação” do feto, durante a gestação.

A criança pode nascer sem um pedaço ou mesmo sem a pálpebra, por exemplo. Já na que afeta a íris também ocorrem deformações na pupila (a parte preta do olho), que pode adquirir um formato de “fechadura” ou de “olho de gato”. Por isso, é também conhecida como “síndrome do olho de gato”.

Geralmente, ocorre em apenas um dos olhos, mas também pode aparecer em ambos.

Os tipos de coloboma existentes são:

  • Coloboma palpebral: Caso mencionado de faltar partes da pálpebra ou ela toda;
  • Coloboma do nervo óptico: Faltam partes do nervo óptico;
  • Coloboma da retina: Retina subdesenvolvida ou muito fina;
  • Coloboma macular: Parte central da retina subdesenvolvida.

Quais são os riscos e consequências do coloboma?

A primeira grave consequência é em como pode afetar a visão ocular infantil. Em alguns tipos da doença, tais como a da retina e do nervo óptico, pode haver problemas na visão, como manchas e comprometimento parcial, descolamento da retina e até mesmo a cegueira.

Outras consequências mais comuns à visão ocular infantil, felizmente, não comprometem a visão e geralmente estão associadas à ocorrência de olho seco e sensibilidade à luz.

Há ainda possibilidade de ser associada à má formação de outros órgãos ou partes do corpo, quando se trata de uma falha cromossômica, por exemplo. Nestes casos, o coloboma pode concorrer com problemas cardíacos, anomalias no sistema nervoso, ouvido, trato urinário, genitais e mesmo com síndromes como as de Duane (nos músculos do olho) e Treacher-Collins (mandíbula e pálpebras).

Como é o tratamento?

O principal é o diagnóstico precoce, possível através da visita ao oftalmologista logo nos primeiros meses de vida e, a partir daí, o acompanhamento da evolução da doença é recomendado a cada 6 meses, até os 7 anos de idade.

Quando há dificuldade de enxergar, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A cirurgia também pode ser recomendada pelo médico para reconstrução da pálpebra.

O uso de lentes coloridas podem corrigir superficialmente a deformação da pupila.

Ainda pode ser indicado uso de óculos especiais ou de sol, para fotossensibilidade ou ainda como solução estética.

Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer

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Conjuntivite pode ser sintoma de crianças com Covid-19?

Recentemente, um estudo publicado na JAMA Ophtalmology causou burburinho na comunidade científica e muita confusão no público geral por associar a possibilidade do surgimento de conjuntivite como sintoma de Covid-19 em crianças hospitalizadas em Wuhan, na China. Algumas pessoas até buscaram teste da visão infantil para descobrir Covid.

Este estudo foi realizado de 26 de Janeiro a 18 de Março de 2020, no Hospital Infantil de Wuhan. Todas as crianças testadas positivas para Covid-19 foram incluídas no estudo.

Neste artigo, pretendemos resumir a publicação científica original do JAMA, com intenção de ajudar os profissionais da área da oftalmologia e outros a informarem melhor seus pacientes e o público geral. Vamos abordar os pontos principais, sem objetivo de fazer a discussão científica de fundo, pois como todos sabem, a Covid-19 é uma doença nova, que pegou a todos de surpresa.  Portanto, todos estudos que saem, por um lado são importantes, pois é por meio deles que começamos a conhecer melhor a doença.  Por outro lado, requer cautela ao analisar os resultados, já que no momento nada é muito definitivo. 

Qual foi o objetivo da pesquisa?

De acordo com a publicação dos pesquisadores chineses, o objetivo da pesquisa foi descobrir as diversas manifestações clínicas e características, principalmente em crianças, testadas positivas para COVID-19, e não averiguar especificamente a relação da conjuntivite com o vírus.

Resultados

O estudo revela que foram incluídos na pesquisa 216 crianças. Os sintomas mais recorrentes foram febre (37,5%) e tosse (36,6%). Sintomas oculares foram 22,7%. Os sintomas oculares melhoraram eventualmente. Outros sintomas incluem diarreia (5,1%), fadiga (4,6%), coriza nasal (3,2%), congestão nasal (2,8%), descarga conjuntival (2,3%) e congestão conjuntival (1,9%).

Outros fatores chaves

Respondendo à essa pergunta-chave foi descoberto que 22,7% dos pacientes neste caso tiveram alguma manifestação ocular, dentre elas, descarga conjuntival, coceira nos olhos e congestão conjuntival, com ocorrência de tipos diferentes de pruridos. A descoberta também registrou que crianças com sintomas sistemáticos ou tosse, tiveram mais probabilidade de ter sintomas oculares.

Discussão levantada pela pesquisa

O artigo em questão deixa claro que não é conclusivo sobre a correlação de conjuntivite e Covid-19 em crianças. Até então, não havia sido reportado grandes casos de conjuntivite em crianças com Covid-19. Ainda assim, na pesquisa,  verificou-se o número mencionado acima, o que corresponde a 49 pacientes (uma amostra pequena, portanto).

Segundo os pesquisadores, o vírus Sars-Cov-2 pode causar conjuntivite devido à relação fisiológica entre nariz e olhos. Contudo, não há evidências concretas de que tenha sido o vírus a causar a conjuntivite nos pacientes investigados. 

Conclusão

Não podemos estabelecer tal correlação entre Covid-19 e conjuntivite baseados neste artigo. Os próprios pesquisadores admitem limitações importantes, como por exemplo, falta de equipamentos de exames oculares no local para o teste da visão infantil (por se tratar de uma unidade Covid, em isolamento de outras), impossibilidade de realizar teste com o patógeno causador da conjuntivite e, por isso, basearam-se principalmente no relato subjetivo dos pacientes crianças.

Em caso de conjuntivite e sintomas oculares na criança, o mais correto é procurar atendimento médico para tratar do sintoma. Podem ser receitados colírios pelo médico oftalmologista, de acordo com o tipo de manifestação.

 

 

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