Conheça os tipos de lentes intraoculares indicadas para casos de catarata

A catarata é uma doença indolor que afeta o cristalino do olho, causando a perda progressiva da visão. O tratamento é geralmente realizado através do implante de lente intraocular para catarata, que substitui o cristalino afetado.

A causa mais comum da catarata é a danificação natural do cristalino que acontece com o tempo, sendo mais observada em pessoas a partir de 65 anos. Porém, ela também pode ocorrer quando o cristalino é lesionado de alguma maneira – como em acidentes ou pancadas – ou decorrente de outras doenças, como diabetes, hipertireoidismo, glaucoma ou miopia patológica. A catarata congênita é o caso de crianças que nascem com a condição. Todos esses casos são tratados com o implante de lente intraocular para catarata.


Existem vários tipos de lentes que podem ser implantadas no paciente. Neste post iremos falar um pouco sobre a cirurgia para catarata e explicar quais são os tipos de lente disponíveis no mercado para o tratamento da doença.

Como é feita a cirurgia de implante de lente intraocular para catarata?

A cirurgia para catarata é um processo rápido, simples, indolor e perfeitamente seguro.

Usando um laser de precisão, o cirurgião faz um corte de no máximo 2 milímetros no centro da córnea (tecido que reveste o olho). Em seguida é usado um aparelho chamado facoemulsificador que emite pulsos vibratórios curtos. Esses pulsos quebram o cristalino afetado do paciente, que depois são retirados do olhos através de um mini aspirador.

Terminado este processo, é feito o implante da lente intraocular para catarata pelo mesmo corte em que o cristalino foi retirado. Este corte se regenera sozinho dentro de poucos dias.

O procedimento leva entre 10 a 20 minutos para ser finalizado e é totalmente indolor com anestesia local aplicada. Após a realização do mesmo, o paciente deve ficar em observação por algumas horas para assegurar que não ocorra nenhuma complicação. Ao fim deste período o paciente já é liberado para voltar para casa.

O pós-operatório da cirurgia para catarata também é relativamente simples: O paciente deve evitar apenas grandes esforços físicos e levantar pesos maiores que 5 quilos por duas semanas. Deve-se evitar nadar em piscinas, rios, praias ou frequentar saunas por um mês. Atividades como ler, assistir TV, usar o computador ou o celular podem ser retomadas no mesmo dia.

É normal que a visão do paciente fique turva após o procedimento, sintoma este que deve desaparecer sozinho depois de 5 dias.

Quais são os tipos de lente intraocular para catarata?

Existem alguns tipos diferentes de lentes intraoculares com características distintas. Cada tipo é mais indicado para certos casos, incluindo lentes que são capazes de corrigir problemas adicionais de visão, como a miopia.

Veja a seguir quais são e para que servem cada um destes tipos de lente intraocular para catarata.

Lente intraocular monofocal não-tórica

Essas são as lentes indicadas para pacientes com baixo grau de astigmatismo (menor que 1). Essas lentes, além da catarata, também corrigem baixos graus de miopia ou até 6 graus de hipermetropia.

Após o implante desta lente, pode ser que o paciente ainda precise usar óculos de perto.

Lente intraocular monofocal tórica

Estas são indicadas para pacientes que possuem graus médios ou altos de astigmatismo. As lentes intraoculares monofocais tóricas contam com curvaturas calculadas para corrigir o astigmatismo, diminuindo assim a necessidade do paciente usar óculos para enxergar à distância.

Mesmo corrigindo a visão a distâncias maiores, não é raro que o paciente ainda precise de óculos para enxergar de perto mesmo após os implantes.

Lente intraocular multifocal tórica

As lentes multifocais são as mais modernas do mercado, pois como o nome indica, possuem foco tanto para perto quanto para longe. Por isso elas são as mais indicadas para pacientes que, além da catarata, também desejam corrigir tanto a vista de perto quanto de longe.

Esta lente é recomendada apenas para pacientes acometidos com grau médio de astigmatismo. Em alguns casos, o paciente ainda pode precisar de óculos após a cirurgia.

Lente intraocular multifocal não-tórica

Assim como a outra modalidade de lente multifocal, esta também é capaz de corrigir a visão tanto para perto quanto para longe. A diferença é que a lente não-tórica é recomendada para pacientes com grau baixo de astigmatismo.

Também pode ser necessário o uso de óculos após o procedimento.

Lente intraocular multifocal acomodativa

Este tipo de lente intraocular para catarata busca emular o formato natural do cristalino. Em outras palavras, elas imitam o movimento de acomodação do cristalino, além de serem capazes de focar a visão tanto para perto quanto para longe.

Consulte o seu oftalmologista!

É importantíssimo que consulte um médico oftalmologista caso haja alguma suspeita de catarata. Apesar da doença ser indolor, e os sintomas se manifestarem logo no início, ela é uma condição progressiva que só piora com o tempo, podendo vir a causar a perda total da visão.

Segunda a OMS (Organização Mundial da Saúde), a catarata é a causadora de metade de todos os casos de cegueira no mundo todo (fonte), e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou que 28,7% dos brasileiros acima dos 60 anos são acometidos pela doença (fonte).

Levando em conta que estes casos são perfeitamente tratáveis preveníveis, é de suma importância a consulta com um oftalmologista caso a pessoa tenha sintomas como visão turva/embaçada, visão duplicada, fotossensibilidade, halos em volta da luz, dificuldade de diferenciar tons de cores e mudanças muito frequentes nos graus dos óculos.

O implante de lente intraocular para catarata é seguro e pode salvar a sua visão.

É possível evitar a progressão do Ceratocone?

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É possível evitar a progressão do Ceratocone?

Ceratocone é uma disfunção visual que atinge a córnea, e pode acarretar diversos outros problemas secundários, como graus de miopia e astigmatismo.

O ceratocone é uma doença crônica que pode durar anos ou a vida inteira, porém existem métodos de tratamentos e procedimentos que podem melhorar a qualidade de vida do paciente drasticamente. Neste artigo iremos discutir alguns destes métodos.

Ceratocone: O que é, quais os sintomas e o que causa?

O ceratocone é uma doença que faz com que a córnea se curve para frente, ganhando um formato mais semelhante ao de um cone, ao invés do formato de domo que ela naturalmente tem.

Os sintomas mais comuns são: visão desfocada, sensibilidade à luz; dificuldade para enxergar à noite; visão duplicada e dificuldade para realizar tarefas como ler, escrever, dirigir e usar telas. O curvamento da córnea também pode causar ou agravar a miopia e o estigmatismo.

O mais comum é que a condição se manifeste durante a adolescência. A doença progride com o tempo, causando agravamento dos sintomas, mas costuma se estabilizar por volta dos 35 anos de idade.

Embora a ciência ainda desconheça quais são as causas exatas do ceratocone, sabe-se que existe uma série de fatores que podem ocasionar o surgimento ou o agravamento da doença. Fatores genéticos (casos de ceratocone na família) são uma grande influência. Portadores da Síndrome de Down ou da Síndrome de Ehlers-Danlos também têm uma chance maior de desenvolver a doença.

Um fator comportamental que também parece ser um grande contribuidor para o ceratocone é o hábito de coçar os olhos com muita frequência. Isso porque este hábito pode causar lesões repetidas nos olhos, o que, com o tempo, rompe as fibras que garantem a estabilidade da córnea.

Como evitar a progressão do Ceratocone?

Embora a doença não tenha cura, existem tratamentos muito eficazes que podem melhorar drasticamente a qualidade de vida da pessoa afetada.

Primeiramente, é recomendado que a pessoa evite coçar ou esfregar os olhos frequentemente. Como dito acima, este comportamento pode agravar os sintomas da doença. Por isso é importante também tratar com rapidez condições que causem a necessidade de coçar os olhos, como alergias, infecções e irritações.

Um oftalmologista pode prescrever óculos ou lentes de contato para corrigir os problemas de visão ocasionados pela doença. Em casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia de transplante de córnea.

Um outro procedimento que demonstrou eficácia em corrigir os sintomas do ceratocone é o implante de lentes intraoculares como a Visian ICL.

Não deixe de consultar um médico

Graus de miopia e astigmatismo podem ser causados pelo ceratocone, por isso é sempre importante visitar um médico oftalmologista caso você apresente sintomas que afetem a sua visão. Um especialista poderá descartar esta e outras doenças, e providenciar orientações sobre qual o tratamento mais apropriado para o seu quadro.

Além disso, para impedir que a doença avance muito, um diagnóstico precoce é de extrema importância.

Se você já foi diagnosticado ou suspeita ter a doença, visite um médico o mais cedo possível.

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Glaucoma e catarata podem ser evitados? Entenda

Mais de 35 milhões de pessoas no Brasil apresentam problemas na visão, esse é um número bem expressivo, não é mesmo? Ainda, a OMS estima que 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados com o tratamento correto no oftalmologista.  

Os números espantam! Mas, entre as diversas doenças dos olhos que podem acometer um indivíduo, duas delas podem levar à cegueira caso o tratamento seja negligenciado: a catarata e o glaucoma. 

O que é catarata e como evitá-la? 

A catarata é um problema bem comum da visão, estima-se que cerca de 160 milhões de pessoas sofram com a doença ao redor do mundo, sendo ela responsável por até 51% dos casos de cegueira. Mas, a catarata é uma doença tratável e com cura, por isso a importância da conscientização sobre ela.  

A catarata pode ser congênita ou adquirida, ela se apresenta como uma opacificação do cristalino, que é a lente natural do olho, deixando-o leitoso ao ponto de não ser possível mais enxergar.  

Quando congênita, pode se apresentar nos mais jovens. No entanto, a probabilidade maior é que apareça em idosos acima de 60 anos, ocasionada por fatores como: 

  • Histórico de doenças infecciosas nos olhos; 
  • Ser diabético; 
  • Exposição exacerbada à luz; 
  • Ser fumante; 
  • Traumatismo na face; 
  • Uso de colírios com corticoides. 

Como tratar Catarata? 

A catarata é tratada por meio de uma cirurgia onde se remove o cristalino danificado, e no seu lugar é implantada uma lente que pode ser rígida ou flexível, além de poder ser monofocal ou multifocal. As lentes para cirurgia de catarata oferecidas pelo SUS costumam ser rígidas e monofocais. Mas,  em tratamentos privados, o paciente pode optar por lentes flexíveis e multifocais que resolvem outras aberrações oculares como o astigmatismo e hipermetropia, dispensando muitas vezes o uso dos óculos após a cirurgia. 

Não existem medicamentos que tratem a catarata, ou que impeçam seu aparecimento, sendo sua cura atingida apenas com a cirurgia de remoção e substituição do cristalino com lentes para cirurgia de catarata.  

O que é glaucoma e como evitá-lo? 

O glaucoma é uma doença da visão que se dá pelo aumento da pressão arterial dentro do globo ocular.  Por sua vez, pode ocasionar a cegueira quando há destruição das células ganglionares (nervo óptico), estrutura que liga o olho ao cérebro occipital e responsáveis pela condução das imagens da retina até ao cérebro. 

O glaucoma pode ser congênito ou adquirido, sendo as principais causas do aumento da pressão dos olhos, infecções oculares ou diabetes. Os sintomas da pressão alta nos olhos são quase sempre silenciosos, observados mais em consultas com o médico oftalmologista. Sinais como olhos vermelhos, olhos lacrimejantes, fotofobia (sensibilidade à luz), dor nos olhos, dor de cabeça são também frequentes; além de uma visão deteriorada.  

Sendo uma doença silenciosa, como evitar o glaucoma? A melhor forma de evitar é a prevenção, realizando as consultas regulares com um médico oftalmologista pelo menos uma vez por ano. Sendo uma doença crônica e sem cura, pode ser controlada com o uso de medicamentos apropriados para normalizar a pressão intraocular, além de impedir que a doença avance e provoque a perda da visão. 

Como tratar o glaucoma? 

Como o glaucoma não tem cura e os sintomas de pressão alta nos olhos são difíceis de se notar, o acompanhamento com o médico é essencial para saber como evitar o glaucoma. O tratamento mais comum é com uso de colírios que atuam na redução ou estabilização da pressão intraocular. Em alguns casos, podem ser combinados com o uso de medicamentos de via oral.  

Além disso, é essencial que exista a prevenção e tratamento adequado de doenças crónicas, como a diabetes, que pode ocasionar e piorar um quadro de glaucoma. 

Alguns pacientes, no entanto, podem necessitar de tratamento cirúrgico para diminuir a pressão intraocular.  

O que fazer quando catarata e glaucoma coexistem? 

Com o aumento da expectativa de vida da população, o número de pacientes que possuem ambos, glaucoma e catarata, vem aumentando. Mas nesse cenário, como as doenças podem co-existir? 

A catarata pode surgir, inclusive, em razão da existência do glaucoma. Quando o paciente diagnosticado com glaucoma precisa de uma cirurgia para controle da pressão intraocular e já apresenta catarata, pode ser uma ótima oportunidade para remoção do cristalino e implante das lentes para cirurgia de catarata no mesmo procedimento. 

Em resumo, a melhor forma de garantir que nem o glaucoma, nem a catarata sacrifiquem sua visão, é uma rotina de consulta no oftalmologista para acompanhamento. 

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Óculoplasta: conheça essa especialidade da oftalmologia

Você já ouviu falar em Oculoplastia? Caso nunca tenha se queixado de incômodos ao redor dor olhos (ou não conheça alguém que tenha passado por isso), é provável que não. 

A Oftalmologia é uma área de especialização dentro da Medicina e se ramifica ainda mais levando-se em conta a complexidade da estrutura ocular. Assim, a Oculoplastia se concentra no diagnóstico e tratamento de condições que afetam as pálpebras, as vias lacrimais, as órbitas (osso que envolve o olho) e as estruturas perioculares (como as sobrancelhas). Seu objetivo é preservar e melhorar a aparência e a função dos olhos e suas estruturas, sendo também conhecida como plástica ocular ou oftalmologia plástica. 

Mas o que essa especialidade trata, afinal? 

Condições tratadas pela Oculoplastia 

O médico oculoplasta tem vital importância na saúde dos olhos, pois somente esse profissional está apto a tratar questões de pálpebras e vias lacrimais com propriedade, já que qualquer alteração nessas áreas pode prejudicar as estruturas oculares. Uma ptose (queda da pálpebra superior), por exemplo, se não for tratada corretamente pode obstruir o eixo da visão e um lagoftalmo (incapacidade de fechar os olhos) pode causar úlcera de córnea.  

De tal forma, um oculoplasta (ou oftalmologista estético) pode tratar diversas condições, seguem alguns exemplos abaixo: 

  • Ptose palpebral: queda da pálpebra superior 
  • Ectrópio: eversão ou inversão da pálpebra 
  • Entrópio: inversão da pálpebra 
  • Tumores palpebrais 
  • Blefarite: inflamação das bordas das pálpebras 
  • Lacrimejamento excessivo ou insuficiente 
  • Trauma ocular e orbital 
  • Anormalidades das vias lacrimais 
  • Distrofias palpebrais 
  • Deslocamento de implante orbitário 
  • Anormalidades do posicionamento das sobrancelhas Xantelasma 

Como é feito o tratamento em Oculoplastia? 

O tratamento envolve uma abordagem personalizada para cada paciente, levando em consideração a sua história médica e a gravidade da sua condição. Alguns tratamentos incluem: 

  • Cirurgia: é muitas vezes necessária para corrigir condições como ptose palpebral, ectrópio e excesso de pele nas pálpebras (blefaroplastia). Realizada pelo oftalmologista estético, a cirurgia pode envolver encurtamento de músculos, reposicionamento de estruturas ou remoção de tumores, entre outras técnicas. A maioria das cirurgias é realizada em regime ambulatorial e com anestesia local ou sedação consciente, permitindo uma recuperação rápida. 
  • Procedimentos não cirúrgicos: para condições como blefarite e distrofias palpebrais podem ser prescritos tratamentos tópicos ou orais, bem como terapia de calor local.  
  • Implante de próteses: para pacientes que tiveram perda de um olho, é possível fazer a colocação de próteses oculares personalizadas que ajudam a restaurar a aparência natural dos olhos. 
  • Tratamento de tumores: o tratamento de tumores palpebrais geralmente envolve a remoção cirúrgica do tumor, seguida de reconstrução das estruturas palpebrais afetadas. 

A oftalmologia é abrangente e tem diferentes especialidades. Assim, não deixe de procurar um profissional para indicar a melhor para sua necessidade. 

 

 

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