Câncer ocular infantil: do diagnóstico ao tratamento

O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum na infância. Um tumor que aparece no fundo do olho e acomete cerca de 1 criança em cada 30 mil nascimentos. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, esse câncer é responsável por atingir somente cerca de 400 crianças por ano, o que o torna uma doença rara e, portanto, desconhecida por boa parte da população.

Apesar de raro, o retinoblastoma é um tumor grave que pode provocar a perda total da visão, podendo inclusive levar o paciente a óbito. A detecção da doença pelo teste do olhinho com o retinógrafo deve ser rápida para não ocorrer um tratamento tardio, já que o quadro pode se agravar.

Diagnóstico completo da saúde ocular

A orientação do médico para os pais sobre a doença, como ela se dá e seus principais sintomas é o primeiro passo para criar uma rotina mais frequente de idas ao oftalmologista com a criança e prestar atenção em alguns sinais que podem ser um alerta como: a leucocoria, uma manifestação da doença caracterizada por um reflexo branco na pupila, conhecido como reflexo do olho de gato, presente em 90% dos casos diagnosticados. Muitas vezes, esse sinal é observado em fotos com flashes.

Outro sintoma é que a criança também pode apresentar estrabismo, nistagmo (discretos movimentos involuntários dos olhos), olhos vermelhos, dor ocular, inchaço no olho e redução da acuidade visual. Porém, apesar de todos esses fatores serem um alerta para indicar retinoblastoma, somente o médico poderá fazer essa avaliação e dar o diagnóstico definitivo.

Como é feito o exame?

A forma correta de diagnosticar a doença é através do teste do olhinho digital. Realizado com o retinógrafo RetCam, o exame avalia o segmento posterior, através de imagens fotográficas de alta resolução. Considerado a tecnologia mais avançada atualmente, ele mapeia 130 graus do globo ocular e detecta diversas enfermidades que podem prejudicar a saúde ocular da criança, sendo uma delas o retinoblastoma.

O teste com o retinógrafo RetCam é rápido e indolor. A pupila da criança é dilatada com um colírio e, depois é adicionado um gel de interface entre o olho do bebê e a lente do Retcam. Em seguida, as imagens da retina são feitas com câmeras de alta resolução e ampliadas em um monitor com os ajustes necessários para que o time de oftalmopediatria tenha uma imagem de excelente qualidade e fácil diagnóstico.

A detecção rápida da doença é fundamental. Por isso, explicar aos pais sobre a importância do bebê passar pelo teste do olhinho após o nascimento e repeti-lo com frequência até os 5 anos é imprescindível.

O resultado deu positivo. E agora? 

Existem algumas formas de tratar o retinoblastoma, e nos casos diagnosticados precocemente as chances de cura são grandes. Por isso, é importante orientar os pais do paciente também que com acompanhamento através do teste do olhinho e tratamento adequado, o retinoblastoma tem cura em 90% dos casos. Porém, o principal objetivo dos métodos utilizados é eliminar o tumor e salvar a vida da criança, buscando preservar o olho e o máximo da visão, além de prevenir a volta do câncer futuramente. Algumas formas de tratamento são:

 

  • Laserterapia: utilizada, principalmente, em casos de estágio inicial da doença, que atinge somente a retina e não está espalhado para outros locais do globo ocular.

 

  • Crioterapia: técnica pouco invasiva que utiliza substâncias para congelar o tumor e destruí-lo.

 

  • Termoterapia transpupilar (TTT): trata-se do uso de uma radiação infravermelha para queimar e eliminar o tecido do tumor.

 

  • Quimioterapia: serve para reduzir o tamanho do tumor e controlar a sua multiplicação. Também ajuda outros tratamentos a serem mais efetivos, como laserterapia e crioterapia.

 

  • Radioterapia: são colocadas pequenas placas com semestes radioativas próximo ao tumor, fora do olho, para ajudar a reduzi-lo.

 

É importante ressaltar que o melhor tratamento varia de acordo com cada caso e nível de avanço da doença. Além disso, após o diagnóstico, o médico deverá fazer os exames e acompanhamento frequente na criança para avaliar a saúde ocular e os resultados do tratamento realizado.

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O panorama da catarata no Brasil

Uma pesquisa recente feita pela Clínica de Oftalmologia Integrada (COI), do Rio de Janeiro, mostrou que 52% dos adultos com mais de 60 anos vão ao oftalmologista para tratar catarata. Com um índice de 51%, a doença é uma das principais causadoras de cegueira no mundo, de acordo com a OMS, e pode ser evitada com consultas regulares ao oftalmo. 

Para isso, é fundamental que os médicos da especialidade estejam sempre atualizados com o que existe de melhor não apenas em termos de estudos e conhecimentos relacionados aos tratamentos, como também munidos de equipamentos oftalmológicos de ponta em seus consultórios. 

Tratamentos tecnológicos 

Por se de tratar de uma lesão que deixa o cristalino opaco e compromete a visão, o tratamento mais eficaz, por enquanto, é a cirurgia de catarata. O processo consiste na remoção do cristalino danificado e na substituição deste por uma lente artificial que pode ajudar na recuperação da visão perdida. 

Para auxiliar na cirurgia de catarata, o médico pode contar com a tecnologia de equipamentos oftalmológicos, como: 

Catarhex: Plataforma portátil que pode ser transportada para fora do consultório e que realiza cirurgia de catarata com segurança em qualquer lugar.  

FAROS: Dispositivo multifuncional e de fácil utilização, desenvolvido para cirurgias oculares de alto nível e precisão.  

Ambas plataformas funcionam da mesma foram para a cirurgia de catarata, e são de fácil operação, além de contarem com painel de controle intuitivo, bomba SPEEP, tecnologia easyPhaco, monitoramento apurado do fluxo com bomba peristáltica, dentre outras características focadas em ajudar o médico a realizar o procedimento com segurança.   

Além dessas soluções, o OS4 também é indispensável para o tratamento da catarata, dotado de inúmeros recursos inovadores que propiciam precisão e segurança para cirurgias oculares. Ele também conta com as tecnologias citadas, além da lâmina afiada Caliburn, que reduz a força de penetração e resulta em uma geometria de corte perfeita na esclera. É considerado uma plataforma all-in-one, e realiza cirurgias de vitrectomia, glaucoma e catarata.  

As lentes terapêuticas também têm ganhado cada vez mais espaço no tratamento da doença. É o caso da TRIVA, uma lente intraocular para catarata trifocal, que se adapta a qualquer distância. Também é uma ótima alternativa para pessoas entre 65 e 75 anos que usam dispositivos digitais no Brasil e sofrem com a catarata. Neste caso, a LIO trifocal TRIVA atende perfeitamente a esta realidade e facilita a vida destas pessoas, libertando-as do uso dos óculos regulares, tornando a experiência com as telas menos desconfortável.  

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Meu filho foi diagnosticado com catarata. E agora?

A maioria das pessoas acredita ser a catarata uma doença tipicamente de idosos. Contudo, a catarata infantil é real e uma das maiores causadoras de cegueira em crianças evitável

Quando pensamos na saúde dos nossos bebês, é normal nos preocuparmos um pouco mais com doenças que sabemos serem detectáveis por exames logo que o bebê nasce. Entretanto, nem sempre é possível realizar o teste do olhinho. Seja por falta de informação ou de estrutura disponível. Este teste, que já é obrigatório no Brasil há alguns anos, tem a mesma função de outro exame amplamente conhecido: o teste do pezinho. Ambos os testes têm como objetivo diagnosticar doenças no recém-nascido, sejam elas presentes ou mesmo condições congênitas que nem sequer se manifestaram ainda. 

A boa notícia é que a catarata infantil, também conhecida como catarata congênita, é totalmente tratável. Por congênita deve-se entender como algo transmitido pelos genes da família ao bebê já no nascimento. Por isso mesmo, ela é perfeitamente detectável com o teste do olhinho ou o teste digital do olhinho – este último com uma capacidade de diagnóstico até 10 vezes maior. 

Sem o tratamento, a criança poderá desenvolver a síndrome do “olho preguiçoso”, ambliopia, nistagmo e até levar a perda da visão. 

Mas, antes de falarmos no tratamento, vamos conhecer melhor o que é a doença.

Causas da catarata infantil, sintomas e características

As causas podem variar entre a própria hereditariedade (os pais têm) ou mesmo doenças do organismo que passam de geração em geração, como rubéola e toxoplasmose.

Assim como a catarata comum de idosos, que causa mais de 50% dos casos de cegueira no mundo, segundo a OMS, a catarata infantil ou congênita é uma doença que afeta o cristalino do olho, nossa lente natural, causando sua opacificação.

Os sintomas já podem aparecer logo na primeira semana de vida do bebê. O principal deles é a pupila esbranquiçada (o que indica opacificação). Podem surgir como pontos azuis nos olhos e costumam ser bastante distinguíveis.

A catarata costuma acometer ambos os olhos, embora possa acontecer de ocorrerem um só.

Existem vários tipos de catarata congênita, nem todos exigem intervenção cirúrgica.

Os tipos de catarata congênita são:

– Catarata polar interior: Catarata na parte frontal dos olhos;

– Catarata nuclear: Catarata na parte frontal dos olhos;

– Catarata polar posterior: Na parte posterior do cristalino;

– Catarata cerúlea: Nos dois olhos da criança;

Tratamento e cirurgia de catarata infantil

Diferente da catarata em adultos, que é uma doença muito comum, cujo tratamento se encontra bastante difundido, a infantil requer um cuidado especializado. O primeiro passo em caso de dúvida, é a consulta com o oftalmologista e a realização do teste do olhinho. Quanto mais precoce, mais eficaz o tratamento. Portanto procure o médico logo nos primeiros meses de vida do bebê e opte pelo teste digital do olhinho, se puder.

Tendo diagnóstico positivo, o primeiro passo é buscar um médico oftalmologista especialista no assunto. Isso é fundamental porque nesta fase o globo ocular está crescendo, ou seja, o foco ainda está se definindo e pode existir ainda outras condições e erros refrativos a se corrigirem, para cada situação haverá necessidade de um tipo de tratamento. 

Na maioria dos casos será necessária a remoção do cristalino. O procedimento é simples e feito com uma anestesia local. A recuperação é rápida e com base em uso de colírios para evitar infecções. Os equipamentos empregados são de alta-tecnologia, o que torna o procedimento pouco invasivo. Costuma-se dar um intervalo de 1 mês entre a operação de cada olho.

Uma vez realizada a cirurgia, a visão do bebê é recuperada, porém ainda assim é indicado que a criança mantenha um acompanhamento médico para garantir um desenvolvimento saudável da visão. Recomenda-se que os pais se informem sobre o teste do olhinho antes do nascimento da criança.

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Criança e lentes de contato: entenda quando seu uso é necessário

O uso de óculos na infância muitas vezes traz alguns desafios de adaptação e, infelizmente, não são todas as crianças que conseguem adotá-los, o que pode prejudicar a visão. 

As causas dessa dificuldade podem ser várias. Além de ser um acessório de uso constante obrigatório, pode gerar desconforto para algumas atividades (como práticas esportivas) e devido ao peso da armação no caso dos graus mais elevados. Sem contar que pode ser facilmente perdido pelos pequenos, não é mesmo? Para os mais velhos, não podemos esquecer ainda da questão estética. 

Fica aí o desafio para os pais e responsáveis, que precisam, como de costume, ser criativos para lidar com a resistência e adaptações necessárias para o uso dos óculos. Aqui, você encontra algumas dicas para fazer essa adaptação.  

Ao contrário do senso comum, o uso de lentes de contato pode ser uma alternativa para superar esses desafios com as crianças. E não há uma idade mínima para que os pequenos as usem, estima-se algo entre 7 e 8 anos, mas é importante considerar o contexto e a maturidade da criança.  

Lente de contato infantil como controle da progressão da miopia 

Além de ser uma alternativa viável aos óculos devido aos motivos citados anteriormente, o uso de lentes de contato específicas e com desenhos especiais é adotado como uma opção para o controle da progressão da miopia infantil.  

Nesse caso, são indicadas para crianças a partir de 8 anos e que apresentam progressão acelerada da miopia desde a infância. Vale reforçar que a habilidade de colocar e retirar as lentes dos olhos, bem como a sua higienização e demais cuidados, são fatores essenciais e que também precisam ser analisados ao se considerar a substituição dos óculos pelas lentes.  

A indicação de uso de lentes para controle da progressão da miopia infantil é médica e, portanto, apenas o oftalmologista poderá fazê-la. 

Cuidados com uso de lentes de contato  

Com a criança adaptada, o uso da lente de contato infantil torna a superação dos problemas de visão algo mais simples. Porém, requer cuidados por estar em contato direto com os olhos, região delicada. 

Assim, um ponto de atenção deve ser o descarte. Há diversas opções no mercado, como as com troca anual, mensal, quinzenal e diária. Para o público infantil, a última costuma ser indicada por conta da higiene e menor risco de contaminação, uma vez que o manuseio acaba sendo reduzido: a criança a coloca pela manhã e, no final do dia, remove e descarta. 

Outros pontos importantes ao optar pelo uso de lentes para a miopia infantil são: não dormir com o acessório nos olhos, manusear com muito cuidado, higiene sempre e usar produtos específicos para sua limpeza. 

E lembre-se, por mais adaptada que a criança esteja, o apoio de um adulto é fundamental. O uso inadequado pode gerar problemas preocupantes, desde reações alérgicas causadas por questões de higiene, até hemorragias e descolamento da retina se houver baixa oxigenação devido ao uso prolongado. 

Consulte sempre um oftalmologista para indicar as melhores opções para suas crianças! 

Criança diagnosticada com alta miopia. Saiba o que fazer

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