A importância do acompanhamento médico adequado em casos de crianças com doenças congênitas da visão

Patologias congênitas estão entre os principais problemas que afetam a visão infantil. Desde a catarata congênita até o retinoblastoma, crianças que nascem com doenças congênitas dos olhos têm o risco de não desenvolverem uma visão saudável, podendo inclusive perder totalmente a visão.

A maioria dessas doenças, porém, são facilmente diagnosticadas logo no início com o teste do olhinho, ou com a ajuda de um retinógrafo. Estes diagnósticos podem salvar crianças de problemas mais graves de visão infantil, e tudo começa com um bom acompanhamento médico.

Por que o acompanhamento médico é essencial para um bom desenvolvimento da visão infantil

Doenças congênitas de visão normalmente são detectáveis logo nos primeiros dias de vida do bebê, mas em alguns casos pode levar alguns meses até que se apresentem os sintomas. Independentemente do caso, o teste do olhinho é capaz de detectar muitas doenças, seja nos primeiros dias ou mais à frente, por isso é importante que o exame seja repetido aos 4, 6, 12 e 24 meses de idade da criança.

A maior parte das patologias congênitas da visão são tratáveis, quando diagnosticadas precocemente. A catarata congênita, por exemplo, requer apenas um processo cirúrgico, que remove o cristalino afetado do bebê, trocando-o por uma lente intraocular. O maior risco é quando a doença não é diagnosticada. Muitas dessas doenças têm seus sintomas agravados com o passar do tempo, podendo evoluir até para a cegueira ou, no caso do retinoblastoma, morte.

Segundo estudo da OMS realizado em 2014, mais da metade dos casos de cegueira infantil poderiam ser evitados ou revertidos com diagnósticos e tratamentos precoces. Visto que isso é possível com exames e testes simples feitos por um oftalmologista, fica evidente a importância do acompanhamento médico para um desenvolvimento saudável da visão infantil.

Fazendo o diagnóstico precoce

O teste do olhinho é um exame simples, rápido e indolor que é capaz de identificar uma quantidade enorme de doenças da visão infantil logo nos primeiros dias de vida do bebê. Também conhecido como “teste da luz vermelha”, este mesmo é obrigatoriamente realizado nas maternidades em bebês recém-nascidos. Infelizmente, ainda existem estados onde não há esta obrigatoriedade, nestes casos é importante que o médico realize o teste no primeiro exame oftalmológico da criança.

Doenças da retina, como a toxoplasmose, a retinopatia da prematuridade e o retinoblastoma também podem ser diagnosticadas com o auxílio de um retinógrafo, como o Retcam.

Conscientizando os pais sobre a visão infantil

É extremamente importante que pais de filhos com doenças congênitas da visão sejam conscientizados sobre a visão infantil. Um bom acompanhamento pode ser a diferença entre a cegueira e uma visão saudável.

Essas doenças podem ser tratadas e curadas quando detectadas logo no início. Eis alguns pontos interessantes de se levantar aos pais sobre a visão infantil.

  • Explique para os pais a importância do teste do olhinho, e incentive-os a realizá-lo e repeti-lo em todas as datas apropriadas.
  • Oriente-os sobre exames e testes seguros que possam fazer em casa.
  • Explique sobre a importância e as vantagens de detectar doenças da visão infantil o mais cedo possível.
  • Oriente os pais sobre o uso apropriado de lentes e colírios nas crianças.
  • Mantenha-os cientes da segurança das cirurgias e dos demais tratamentos.

Posts Relacionados

Capa do artigo
Saiba até quando o teste do olhinho pode ser realizado em crianças

O teste do olhinho vem ganhando cada vez mais notoriedade sobre sua importância, tal como aconteceu com o teste do pezinho. Este é um exame realizado logo nos primeiros momentos de vida de um recém-nascido e garante que diagnósticos importantes sejam feitos para identificar possíveis problemas de visão em crianças.

Atualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 80% dos casos de cegueira (inclusive a cegueira infantil) poderiam ser evitados com a realização de um diagnóstico precoce. Este é um dado assustador, mas que pode jogar uma luz sobre a real importância do teste do olhinho. 

Mas afinal de contas, até qual idade é recomendado que se faça o teste do olhinho?

Os cuidados no primeiro ano do bebê

É recomendado que o teste do olhinho seja realizado logo nos primeiros minutos de vida do bebê. Na maioria dos hospitais ele é oferecido através do teste do reflexo vermelho, feito de forma manual pelo médico pediatra. Porém, existe o exame do olhinho digital, feito por Retinógrafos de última geração, como o RETCAM, que pode diagnosticar um número muito mais expressivo de problemas de visão em crianças. 

Esse exame consiste em uma documentação fotográfica panorâmica da retina, do fundo de olho e do nervo óptico e, dentre as doenças diagnosticadas no exame do olhinho digital, estão a retinopatia diabética, o glaucoma, oclusões vasculares da retina, alterações e deformações retinianas  e até estudo de tumores oculares como o retinoblastoma que acomete principalmente as crianças.

Se seu bebê, porém, já saiu da maternidade e não realizou o teste do olhinho, saiba que até o primeiro ano completo é possível realizar o exame e garantir que tenham sido verificadas todas as probabilidades de problemas de visão em crianças, garantindo inclusive uma incidência muito menor de chance de uma cegueira infantil. 

Para crianças acima de um ano sem o exame do olhinho

Apesar do teste do olhinho ser um exame de suma importância, inclusive no diagnóstico do Retinoblastoma, caso a criança não passe por ele nos 12 primeiros meses, ainda assim são recomendados cuidados com a visão infantil na busca de evitar problemas de visão em crianças. Isso porque, após o primeiro ano, muitas das doenças diagnosticáveis no exame do olhinho já terão progredido a níveis não tratáveis, como é o caso do câncer ocular. Mas, mesmo após esse prazo, é recomendado que as crianças passem pelo mesmo exame com 3 ou 4 anos, e depois, com 6 ou 7 anos

O ideal é que a criança seja levada o mais rápido possível para sua primeira consulta no oftalmologista, pois além das doenças oculares já citadas, comumente crianças em idade escolar podem também apresentar outros problemas como o estrabismo, erros refrativos (como a miopia e o astigmatismo), conjuntivite sazonal e a ambliopia. Essas doenças oculares podem diminuir muito a qualidade de vida dos pequenos, atrapalhar o seu desenvolvimento e até levar a uma possível cegueira infantil

Por esses motivos, é importante que eles sejam acompanhados periodicamente por um médico oftalmologista. Fique sempre atento a sinais como falta de atenção extrema, dores de cabeça, dificuldade na leitura, reclamações constantes sobre incômodo nos olhos e outras características que podem sinalizar um possível sinal de problemas de visão em crianças.

Leia o artigo
Capa do artigo
Ptose adquirida: o que é e como tratá-la

A Ptose é uma condição em que a pálpebra superior fica mais baixa do que o normal, podendo afetar um ou ambos os olhos e deixando a aparência da pessoa com aspecto cansado ou de sonolência. Ela pode ser congênita (vinda desde o nascimento) ou surgir ao longo da vida, sendo chamada de Ptose adquirida, sobre a qual falaremos aqui. 

A Ptose adquirida pode ser causada por uma série de fatores, como o envelhecimento natural, lesões oculares, doenças neurológicas, uso prolongado de lentes de contato e até mesmo exposição a toxinas. O que muitas pessoas não sabem ao ver alguém com a condição é que ela vai muito além da estética.  

Atenção à funcionalidade dos olhos 

Não podemos negar que o impacto estético pode gerar incômodos para as pessoas acometidas pela condição. Mas é importante destacar um outro lado que muitas vezes é pouco conhecido pelas pessoas em geral: a funcionalidade dos olhos. 

Quando há a ptose, a pálpebra superior pode cobrir uma parte significativa da córnea e até mesmo da pupila, causando danos aos olhos. Assim, os principais sintomas da ptose também incluem visão embaçada e dificuldade em manter os olhos abertos. Em casos mais graves, pode afetar a visão causando estrabismo ou ambliopia, um problema de ligação entre olho e cérebro, onde o cérebro ignora a informação de um dos olhos e os músculos que os rodeiam não funcionam de forma correta, tornando o olho “fraco”. 

O tratamento da ptose adquirida 

A ptose adquirida pode ter níveis variados: leve, moderada ou severa. É necessário realizar um exame oftalmológico completo para identificar o nível de ptose, determinar as causas do problema e tratamento.  

Geralmente,o tratamento consiste em cirurgia, que pode ser realizada pelo oftalmologista estético (oculoplasta). Durante a cirurgia, o excesso de pele e gordura é removido da pálpebra, permitindo que ela se levante e abra corretamente. 

Esse tratamento com oculoplasta é um procedimento seguro e eficaz, que pode proporcionar uma melhoria significativa na aparência e na função das pálpebras. Após a cirurgia, o paciente pode sentir algum desconforto ou inchaço, mas esses sintomas desaparecem em alguns dias. 

Caso tenha qualquer sintoma relacionado à doença, lembre-se que a ptose adquirida pode afetar a qualidade de vida do paciente e, por isso, deve ser tratada o mais cedo possível. Se você está enfrentando esse problema, procure um oftalmologista especializado em ptose para avaliação e tratamento adequados.  

Leia o artigo
Capa do artigo
Hipermetropia pode ser normal até a pré-adolescência

Estrabismo e hipermetropia são problemas comuns em recém-nascidos. Embora o estrabismo, quando não patológico e não constante, se autocorrige por volta dos 4 meses de idade da criança, a hipermetropia pode permanecer até os primeiros anos da adolescência.

Neste post iremos explicar por que isto ocorre, por que existe esta diferença entre estrabismo e hipermetropia e qual exame de vista infantil é o mais indicado para detectar possíveis disfunções oculares na criança.

Por que estrabismo e hipermetropia são comuns em recém nascidos?

Ao nascer, nosso sistema visual, assim como muitas outras partes de nosso corpo, ainda não se encontra completamente desenvolvido. É justamente por causa desta imaturidade dos olhos que estrabismo e hipermetropia são tão comuns em recém-nascidos.

O estrabismo, na verdade, pode ocorrer de duas maneiras diferentes: O estrabismo intermitente e o pseudoestrabismo. Nenhuma das duas costumam ser patológicas.

O estrabismo intermitente é o desvio inconstante (não dura o tempo todo) e variável (não há sempre o mesmo grau ou direção do desvio) dos olhos do bebê. Este ocorre devido ao fato de que o sistema visual e a região do cérebro que processa imagens corretamente ainda não estarem completamente desenvolvidos, o que causa movimentos descoordenados dos olhos. Esta condição é perfeitamente natural e costuma desaparecer sozinha por volta dos 4 meses de idade da criança, quando o sistema visual já está mais robusto.

Já o pseudoestrabismo, como o próprio nome já indica, não é um desvio real, mas sim a impressão do desvio. Neste caso, os olhos do bebê estão, na verdade, na posição correta, porém devido ao formato da pálpebra (mais especificamente, o epicanto, que cobre o canto interior do olho), parte do olho fica escondida, o que dá a impressão de um desvio convergente (para “dentro”). Esta impressão também some sozinha com o tempo, conforme o formato dos olhos do bebê vai se desenvolvendo.

Caso o estrabismo do bebê não seja intermitente ou persista após os 4 meses de idade, recomenda-se a consulta com um oftalmologista especializado em visão infantil.

O que nos deixa com a hipermetropia. Esta disfunção ocular é classificada como um erro refrativo, ou seja, um erro no processo de formação e foco de imagens no olho. A hipermetropia ocorre principalmente devido a anomalias no formato do olho: pode ser pelo olho em si ser alguns milímetros menor do que deveria ser, ou pela córnea ou cristalino do olho terem um formato um pouco mais plano do que o normal. O principal sintoma da hipermetropia é a dificuldade de enxergar de perto.

No caso dos recém nascidos, estrabismo e hipermetropia têm uma causa em comum: O fato de o desenvolvimento dos olhos da criança ainda não estarem completos. Porém diferente do estrabismo, esta condição pode perdurar até a pré-adolescência.

Isso porque o olho sofre várias alterações no seu formato e tamanho nesta fase da vida. Conforme a estrutura óssea do rosto cresce  e se desenvolve, o olho também vai se adaptando às suas acomodações, além dos processos naturais de desenvolvimento do corpo.

É comum estes graus de hipermetropia diminuírem com o tempo e, eventualmente, desaparecerem ou se estabilizarem na pré-adolescência. Mas aí resta a pergunta: Quando saber se esta condição vai se auto corrigir com o tempo, ou se é necessário a consulta com um médico?

Quando procurar um oftalmologista para a hipermetropia infantil?

Idealmente, a criança deve estar sempre com a visita ao oftalmologista em dia para garantir um desenvolvimento saudável de sua visão. Mas caso isso não seja possível por algum motivo, fique atento aos sintomas.

Existe uma coisa chamada “tolerância refrativa” que, basicamente, determina quantos graus de hipermetropia os olhos conseguem compensar sem que a pessoa sofra os sintomas. Esta tolerância diminui com a idade, portanto crianças com um grau sempre abaixo de sua tolerância não demonstram sintomas.

Os sintomas para os quais deve-se ficar atento em crianças são: falta de concentração, dificuldade de realizar tarefas que requerem a visão próxima, dores de cabeça e olhos lacrimejantes. Dificuldades na escola e falta de interesse em atividades como leitura, desenhos e escrita também podem ser sinais desta e outras doenças de visão infantil.

A apresentação destes sintomas mostra que há uma possibilidade da criança ter um grau de hipermetropia mais alto do que o seu nível de tolerância refrativa, algo que deve ser avaliado por um oftalmologista. Principalmente se for observado um aumento dos sintomas.

Exames de vista infantil como o teste do olhinho, realizado em recém-nascidos são ótimos para diagnosticar doenças como o estrabismo e a hipermetropia precocemente. Quanto mais cedo este tipo de condição é detectado, mais fácil é o tratamento.

Não deixe de consultar um médico

O ideal é que a criança seja avaliada por um oftalmologista pelo menos uma vez por ano. Mesmo que o caso dela seja natural e não precise de um óculos ou lentes, apenas um médico especializado tem a capacidade de avaliar o caso e decidir a necessidade ou não de tratamento. Caso seu filho demonstre sintomas de estrabismo e hipermetropia, não exite em levá-lo ao oftalmo.

Leia o artigo